Um dos principais conselheiros econômicos do governo da China, David Daokui Li desembarca no Brasil para a Conferência Anual do Conselho Empresarial-Brasil-China (CEBC) em São Paulo.
A entidade reúne algumas das maiores empresas do Brasil, como Petrobras, Vale, Embraer, JBS, BRF, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Klabin e Suzano.
No centro do debate estará o desempenho da economia chinesa e os impactos no Brasil. O Brasil envia ao país asiático mais de 30% de suas exportações, com forte participação do agronegócio e da indústria extrativa.
Para Li, com o PIB dos EUA aumentando a taxas elevadas, a China corre o risco de ficar em desvantagem na competição internacional se a tendência de desaceleração se acentuar.
Em sua avaliação, a redução dos investimentos das províncias chinesas —extremamente endividadas— é o principal fator por trás das dificuldades recentes da China.
Segundo ele, o gasto público caiu nos últimos quatro anos de 41,5% para 37,4% do PIB, um comportamento contracíclico que retirou fôlego do crescimento.
Entre outras medidas, ele recomenda a elevação da dívida do governo nacional, que está em um patamar baixo de 22% do PIB.
David Daokui Li já integrou o Comitê de Política Monetária do banco central da China e foi o primeiro economista-chefe do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco dos Brics.
Professor da Universidade Tsinghua, Li defendeu em relatório publicado neste mês que o governo chinês tenha um "forte sentido de urgência" na implantação de reformas e medidas que possam acelerar a expansão da economia e evitar redução no longo prazo do crescimento potencial do país.
Com Diego Felix