A Câmara de Arbitragem do Mercado da B3 suspendeu os direitos políticos do investidor Silvio Tini de Araújo e de outros quatro acionistas supostamente ligados a ele na Rossi Engenharia. A medida vale até que o mérito da disputa seja julgado.
A construtora tem ações na Bolsa e está em recuperação judicial com uma dívida de cerca de R$ 1,3 bilhão.
A partir de agora, Tini e os demais acionistas não poderão votar em assembleias, nem participar de decisões relevantes da empresa.
Como noticiou o Painel S.A., acionistas minoritários da Rossi Engenharia, uma das mais tradicionais do país, travam uma disputa com o bilionário Silvio Tini de Araújo, a quem acusam de burlar regras do mercado financeiro para controlar a companhia.
Os representantes da Rossi afirmam ainda que diversos veículos de investimentos ligados a Silvio Tini atuam em aliança com o empresário para implementar a tomada de controle da Rossi.
Especula-se que, juntas, essas pessoas teriam mais de 25% das ações, o que, segundo as regras da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), exigiria uma oferta pública de ações.
No conselho de administração, esse grupo já seria maioria, motivo que levou os árbitros a suspenderem as ações de Tini e os quatro acionistas até decidirem sobre o mérito do caso: a necessidade ou não de uma oferta de ações (OPA).
Com uma fortuna estimada em R$ 3,8 bilhões pela Forbes, Tini de Araújo é dono do Grupo Bonsucex, que investe em companhias de capital aberto. Entre elas, estão Alpargatas, Terra Santa, Paranapanema, Gerdau, Bombril, entre outras.
Recentemente, ele foi inabilitado por cinco anos pela CVM por insider trading (operar com informações privilegiadas) —o que ele nega.
Durante esse período, ele não poderá exercer cargo de administrador ou conselheiro fiscal de companhia aberta.
Consultado, Silvio Tini não quis comentar.
Painel S.A.
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Com Diego Felix