Após a tentativa fracassada de trazer a peça ‘Harry Potter e a Criança Amaldiçoada’ ao Brasil, Vinicius Munhoz, dono da VM Entretenimento, afirmou em uma de suas redes sociais que se juntou com a 30e, gigante brasileira de shows musicais. A empresa, no entanto, negou a parceria com Munhoz, que teve seu contrato cancelado com a empresa inglesa detentora dos direitos da peça sobre o bruxo.
Consultados, Munhoz e sua assessoria não se manifestaram até o momento sobre o cancelamento da produção brasileira de Harry Potter, nem sobre o suposto trabalho com a 30e.
Em nota, a 30e disse que "iniciou conversas com Vinicius Munhoz, mas a empresa não avançou para uma parceria com o profissional".
No LinkedIn, Munhoz disse que seria diretor de uma nova unidade de negócios da empresa para estruturar e operar a divisão de "entretenimento familiar". Ele também afirmou que, sob seu comando, o departamento cuidaria da turnê dos ilusionistas Henry e Klauss prevista para este ano.
"A vida é uma caixinha de surpresas. É com muito orgulho e alegria que assumo o desafio junto da 30e", escreveu Munhoz.
A magia durou pouco
Conforme revelou o Painel S.A., a Sonia Friedman Productions, produtora global de ‘Harry Potter e a Criança Amaldiçoada’ , que atualmente está em cartaz na Broadway, em Nova York, cancelou o contrato com a VME, cerca de três meses após o anúncio da seleção de atores. A empresa confirmou o fim da parceria, mas não deu detalhes.
Com uma megaprodução que contou até com equipamento de voo para atores trazido dos EUA exclusivamente para os testes, Munhoz teve que bancar com dinheiro da própria produtora esse investimento inicial. Isso porque o patrocínio com o qual ele contava não saiu.
Os testes ocorreram ao longo de 12 dias no Colégio Rio Branco, em São Paulo, e no cartaz que exibia o nome da peça não havia sinalização dos patrocinadores, o que causou estranheza para quem estava trabalhando na seleção.
Segundo relatos de profissionais que trabalharam no casting ouvidos pela coluna sob condição de anonimato, a produção dos testes era de altíssimo padrão, o que alimentou um sonho para esses produtores de trabalhar por dois anos (promessa de duração da peça em cartaz no país) em um espetáculo com visibilidade internacional.
Munhoz achou que conseguiria um patrocínio milionário do Banco do Brasil para a peça, cujos royalties custam cerca de R$ 200 milhões. Mas a estatal acabou desistindo de custear a produção. Mesmo assim ele manteve a pré-produção na expectativa de atrair algum outro grande patrocinador, o que não se concretizou.
Pendências
Com a peça cancelada, produtores que trabalharam na seleção ao longo de 12 dias, por cerca de 12 horas diariamente, relataram à coluna atraso ou falta de pagamento.
Questionados sobre o contrato, eles disseram que é comum na profissão começar a trabalhar em peças e musicais antes de o contrato ser assinado e que a notícia do cancelamento foi uma surpresa. Um deles disse que o nível de produção dessa peça era muito maior que a de outras realizadas no Brasil.
Com Stéfanie Rigamonti