Painel: PSOL vota contra projeto de segurança alimentar de Nunes que teve apoio até do PT

As bancadas do PT e do PSOL na Câmara de Vereadores de São Paulo, siglas aliadas na eleição de outubro último, divergiram na votação sobre um projeto de lei da gestão Ricardo Nunes (MDB) que trata de segurança alimentar.

O PSOL votou contra e acabou alvo de ataques da base de Nunes. Já o PT manteve críticas ao projeto, mas disse que algumas sugestões foram incorporadas à versão final e reconheceu avanços, daí o voto a favor.

A proposta foi aprovada com 42 votos favoráveis e 4 contrários, na sessão de terça-feira (3), seguindo para sanção do Executivo.

"É um projeto que engana, que parece bom, mas não é. Trata-se de um retrocesso em relação à política de soberania alimentar da prefeitura", afirmou Silvia da Bancada Feminista (PSOL), durante discurso na tribuna.

"Antes, os alimentos eram especificados. Por exemplo: ‘alimentos orgânicos oriundos dos pequenos produtores rurais’. Agora se generalizou, se coloca só ‘gêneros alimentícios’. Ou seja, pode se tratar de alimentos ultraprocessados, de alimentos inadequados para população em vulnerabilidade social", citou ela.

Já o líder da bancada do PT, Senival Moura, justificou que o projeto "tem muitas lacunas ainda, mas evoluiu".

"Queríamos muito mais, mas é o que temos para hoje. Com base nos avanços que foram apresentados no substitutivo, que acolheu sugestões da bancada do PT, eu não vejo problema nenhum em votar favorável", disse o petista, cuja postura foi elogiada pela base de Nunes.

A divergência apontada pelo líder do governo Nunes na Casa, Fábio Riva (MDB).

"Quero lamentar a postura do PSOL, que mais uma vez vota contra. Mas quero fazer também um registro de uma oposição responsável. O PT vai votar favorável, porque ajudou a contribuir. PT também já foi governo e sabe o quanto é difícil a implementação de políticas públicas", disse.