O presidente da Associação Paulista de Municípios (APM), Marcelo Barbieri, acusa o secretário de Governo do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab, de usar o cargo para prejudicar sua candidatura à reeleição para a entidade.
Uma das principais lideranças do MDB no estado e ex-prefeito de Araraquara, Barbieri concorre no próximo dia 20 de dezembro contra Fred Ghidoni, do PSD, partido presidido nacionalmente por Kassab.
"Kassab está colocando a estrutura da sua secretaria para sufocar minha candidatura. Fica ligando para prefeitos e tentando constranger os que me apoiam. A associação não é um departamento da secretaria dele", diz Barbieri.
Ele era vice de Ghidoni no comando da APM até abril, mas ambos romperam. Na época, o aliado de Kassab deixou o cargo para disputar a eleição para prefeitura de Campos do Jordão, na qual acabou derrotado. Agora, quer voltar, desagradando ao emedebista.
"Eu, como presidente de direito desde abril, vejo como natural minha candidatura à reeleição", diz Barbieri.
O entrevero é mais um ingrediente na insatisfação demonstrada por partidos de centro contra Kassab, acusado por eles de usar sua posição no governo para atender aos interesses do PSD.
Nos últimos anos, o partido se tornou o maior em número de prefeitos no estado, após atrair lideranças de outras legendas.
O estado tem 645 municípios, mas apenas os que estão financeiramente em dia com a entidade têm direito a voto. O colégio eleitoral real reúne cerca de 150 prefeitos.
Procurado pelo Painel, Kassab não quis responder diretamente às acusações. Segundo ele, Barbieri e Ghidoni são "dois queridos amigos, ambos qualificados para representar a Associação Paulista de Municípios".
"Como ex-prefeito de São Paulo e ex-presidente da APM, declarei meu apoio ao Fred. Mas não vou me envolver na campanha", afirmou.