O presidente da Fundação Padre Anchieta, José Roberto Maluf, disse em uma tensa reunião do conselho da entidade nesta quarta-feira (12) que não disputará reeleição ao fim de seu atual mandato, em junho.
O anúncio feito em tom de desabafo, após apontar falta de recursos orçamentários do governo estadual para a fundação, responsável por gerir a TV Cultura. Ele foi interpelado pela secretária estadual da Cultura, Marília Marton, que o chamou de "mentiroso".
Com os ânimos acirrados, o presidente do Conselho, Fábio Magalhães, foi obrigado a pedir calma a Marton.
Maluf está no cargo desde junho de 2019 e exerce seu segundo mandato de três anos, que termina em junho. Ele afirmou que abrirá mão de um terceiro período porque percebe que há uma resistência dentro do governo Tarcísio a seu nome, e disse esperar que sua saída ajude a remover esse empecilho.
Na reunião, o presidente da Fundação citou como exemplo um convênio com a Secretaria da Cultura sobre a orquestra Brasil Jazz Sinfônica, que está chegando ao fim.
Segundo Maluf, o governo do estado não está pagando o custeio da orquestra, e foi nesse momento que foi chamado de mentiroso por Marton, que participava online. Maluf mostrou então o convênio assinado pela Secretaria e pela Fundação.
Segundo relatos, após o entrevero o presidente recebeu apoio de diversos conselheiros, que tentaram demovê-lo da ideia de não mais ficar no cargo, mas ele disse que sua decisão estava tomada e era irreversível.
O novo presidente será eleito pelo voto do conselheiros.
A altercação é o ápice de uma relação tensa da Fundação com o governo Tarcísio. A entidade reclama de estar sendo estrangulada financeiramente, enquanto a gestão estadual entende que a Fundação precisa buscar recursos no setor privado e caminhar com as próprias pernas.
Procurados, Maluf e Marton não se pronunciaram até a publicação deste texto.