A deputada estadual Paula da Bancada Feminista (PSOL), que perdeu a eleição à presidência da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) para André do Prado (PL) neste sábado (15), diz que a Casa trabalha de acordo com os interesses do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
"Infelizmente. Eu concordo com a Mônica [Seixas, deputada pelo PSOL], a Alesp se cumpre hoje a isso, é um serviço de despachante do governo. Os projetos do Executivo são aprovados até com truculência, como a privatização da Sabesp, a transferência de recurso da Educação para Saúde, quando o governador quer", diz Paula, que também chamou a Casa de puxadinho.
"Temos muitas batalhas [até o final de 2026] com esses projetos de leilões e privatização do governador. E também existe um projeto ideológico do governador que não podemos ignorar. É um governo com secretários altamente ideológicos como o Guilherme Derrite (Segurança Pública), a Valéria Bolsonaro (Políticas para Mulher", prosseguiu.
A psolista lamentou a falta de apoio sobretudo do PT em torno de sua candidatura à presidência. Maiores bancadas da Casa, o PT/PCdoB e o PL têm 19 deputados cada na atual legislatura.
Para manter o acordo de proporcionalidade, os deputados do partido de Lula apoiaram a reeleição de Prado, que é bastante próximo ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto e aliado de Tarcísio.
Já o PSOL reúne cinco parlamentares. Neste sábado, Paula teve só quatro votos, porque Carlos Giannazi (PSOL) está de licença temporária. Prado teve 88 votos.
"O PT ocupa cargos importantes nas comissões, como a CCJ. Mas, nós [PSOL] conseguimos construir uma oposição nas votações de projetos como escolas cívico-militares", diz Paula.
Com a proporcionalidade, o PT indicou o deputado Mauro Maurici à Primeira Secretaria da Alesp neste sábado.