A operação-padrão na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já provocou prejuízo calculado em R$ 3,3 bilhões ao comércio exterior brasileiro apenas no mês de junho, de acordo com cálculos feitos pelo Sindasp (Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo).
As contas estão em ofício enviado ao ministro Fernando Haddad (Fazenda) pela entidade, que representa os despachantes aduaneiros, categoria responsável por cerca de 95% das operações de importação e exportação no Brasil.
Além de Haddad, o documento foi encaminhado ao diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, ao vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e aos ministros Nísia Trindade (Saúde) e Esther Dweck (Gestão).
O sindicato estima que cada dia adicionado ao processo de comércio exterior equivale a uma taxa ad valorem de 2,1%, considerando os produtos autorizados pela Anvisa —essa taxa é um percentual cobrado para arcar com custos dos riscos relacionados à segurança do veículo e da carga.
Antes de a agência entrar em operação-padrão, a liberação de um processo de importação levava, em média, de 1 a 4 dias. Agora, a média está em 14 dias de atraso, de acordo com consultas realizadas com as empresas e os despachantes aduaneiros. Considerando o volume de importações em junho, o prejuízo estimado para o mês é de US$ 600 milhões, ou R$ 3,3 bilhões (com dólar a R$ 5,50).
Servidores das 11 agências reguladoras negociam desde o final do ano passado reajuste e outras demandas com o governo. Sem avanços, o Sinagências (Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação) decidiu aprovar, em 8 de maio, o início da operação-padrão em todas as autarquias.