Um oficial de justiça afirmou não ter conseguido entregar uma notificação à presidente do Me Too Brasil, Marina Ganzarolli, para que preste esclarecimentos em ação movida pelo ex-ministro de Direitos Humanos Silvio Almeida contra a organização por denúncias de casos de assédio sexual que teriam sido praticados por ele.
Na interpelação judicial, o ex-ministro cita a reportagem do Portal Metrópoles sobre as acusações de assédio contra si e que incluiriam a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial). Também menciona nota oficial divulgada pelo movimento na qual o Me Too Brasil diz confirmar, "com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos."
A ação do ex-ministro foi protocolada em 5 de setembro do ano passado, mesmo dia em que a postagem do Metrópoles foi ao ar.
Em 20 de dezembro, um oficial de justiça disse ter ido ao endereço estatutário informado pelo Me Too Brasil, localizado em Santa Cecília, bairro no centro de São Paulo, mas informou não ter conseguido entregar a notificação à presidente da organização.
O oficial afirmou que, segundo o porteiro do edifício, Ganzarolli não moraria no local há mais de quatro anos e tinha paradeiro desconhecido. Ela foi declarada em lugar incerto e não sabido.
Procurado, o Me Too Brasil afirmou que o endereço ao qual o oficial foi está correto e que, segundo o zelador do prédio, nenhuma intimação teria chegado à entidade até o momento. O endereço, segundo a organização, é o mesmo que a Polícia Federal usou para se comunicar com o Me Too Brasil.