A decisão da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de viajar para a cúpula da União Europeia com o Mercosul, no Uruguai, estava tomada desde a sexta-feira da semana passada (29).
Ela foi mantida em sigilo, no entanto, para não "causar marola", segundo disse uma fonte diplomática ao Painel. O objetivo era não prejudicar a reta final de negociações para um acordo comercial entre os dois blocos.
A expectativa de negociadores dos dois lados é anunciar o pacto na reunião, nesta sexta-feira (6). Uma versão inicial do acordo chegou a ser assinada em 2019, no governo Jair Bolsonaro (PL), mas a negociação foi reaberta por Lula.
O impulso para o acordo revisado foi dado na cúpula da União Europeia com a Celac, comunidade de países latino-americano e caribenhos, em Bruxelas, no ano passado.
O Brasil apostou na capacidade de Von der Leyen de bancar o acordo mesmo com a oposição de membros influentes, como França e Polônia.
Na avaliação da diplomacia brasileira, também pesou o receio dos europeus de perderem relevância para a Ásia na pauta comercial brasileira.