A minuta de resolução proposta pela corrente Construindo Um Novo Brasil, a majoritária do PT, renova as críticas à condução do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que é chamado no texto de "serviçal do sistema financeiro".
O documento, que está em discussão na reunião deste sábado (7) do Diretório Nacional do partido em Brasília, elenca uma série de indicadores econômicos do governo Lula (PT), entre eles a redução do desemprego, a nova política industrial e a retomada da construção civil.
O texto, que pode ser alterado, indica que o "cenário só não é mais promissor devido à sabotagem deliberada do Banco Central de Roberto Campos Neto, que comanda a autarquia com viés político-partidário."
"É uma espécie de serviçal do sistema financeiro que atua inventando todo tipo de falsos pretextos para que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve os juros, em benefício dos banqueiros, e iniba a atividade econômica", escreve.
A minuta diz que, com a taxa básica Selic em 11,25% e a pressão por um aumento de 0,75 ponto percentual na reunião que termina nesta quarta-feira (11), "toda a cadeia produtiva corre o risco de retroceder em relação aos seus excelentes resultados dos últimos 10 meses."
O documento afirma ainda que a sociedade civil precisa se manter vigilante "e enfrentar as artimanhas da Faria Lima que visam minar conquistas econômicas e sociais por meio da especulação."
A seguir, cita o anúncio do ministro Fernando Haddad (Fazenda) das medidas de ajuste fiscal, o que levou o dólar a superar R$ 6.
"O método é claro: os especuladores agiram após ficarem sabendo que as medidas ficais do governo incluíam a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais", continua. "Trata-se de uma manobra claramente política para debilitar o governo e impedi-lo de continuar avançando no caminho do desenvolvimento e da justiça social."