O governo federal deve nomear para a Superintendência do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) na Paraíba um recém-formado sem experiência para exercer a função e que alcançou o posto por indicação política, afirmam servidores ambientais.
As críticas estão em carta aberta enviada ao ministro Rui Costa (Casa Civil), à ministra Marina Silva (Meio Ambiente) e ao presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. Também são repetidas em ofício encaminhado ao procurador da República João Raphael Lima Sousa.
O novo indicado deve ser o engenheiro ambiental Gustavo da Costa Dantas, de 28 anos, formado na Universidade Federal de Campina Grande e que não é servidor de carreira.
Na carta enviada aos ministros e ao presidente do Ibama, os servidores dizem que foram surpreendidos ao saber o que o cargo "será ocupado por uma pessoa recém-formada, sem a experiência necessária para a função."
"A nomeação de um dirigente sem a devida experiência, baseada exclusivamente em indicação política, contradiz completamente o discurso ambiental do governo", escrevem, sem especificar quem estaria por trás da indicação.
Eles complementam que a decisão, na contramão do fortalecimento das instituições, "reflete desrespeito e indiferença tanto para com a instituição quanto para com a importância do cargo."
Ao Painel, Yuri Teixeira Amaral, diretor-administrativo da Asibama (Associação dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e do Plano Especial de Cargos do MMA e do Ibama) na Paraíba, critica a escolha.
"A Asibama Paraíba discorda da nomeação sem transparência, principalmente por se tratar de uma pessoa alheia ao serviço público federal e com currículo que demonstra baixa capacitação e experiência que o cargo impõe", diz.
"Defendemos a nomeação de servidor da carreira para o cargo, pois temos servidores experientes no estado, com currículo muito mais adequado e compromisso com o serviço público a longo prazo."
Técnicos do Ibama dizem que a maioria das superintendências ficou a cargo de servidores de carreira experientes por exigência da ministra Marina Silva, o que inclui as superintendências da Amazônia e Pantanal. No entanto, não foi possível garantir o mesmo para o resto do Brasil.
Procurado, o Ibama não respondeu ao pedido de manifestação.