Opinião - Plástico: Designer Sergio Rodrigues terá uma série de obras inéditas em seu centenário

há 13 horas 2

Um dos maiores designers da história do país, Sergio Rodrigues criou tantas peças de mobiliário, entre elas a famosíssima poltrona Mole e o banquinho Mocho, que não teve a chance de tirar tudo do papel até o fim de sua vida, há pouco mais de uma década.

Muitos de seus esboços, criados com exclusividade para interiores específicos às vezes descartados pelos clientes, não chegaram a se materializar para além do desenho na folha de papel, entre elas duas cadeiras que não receberam um nome oficial e uma série de vasos de plantas feitos de cimento e argila, esses últimos pensados para a casa Cavanelas, projeto de Oscar Niemeyer, da década de 1950, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, uma das obras mais ousadas do arquiteto de Brasília.

Resgatadas dos arquivos do designer por representantes de seu espólio, no Instituto Sergio Rodrigues, essas obras agora vão entrar em linha de montagem, num esforço para reacender os holofotes em torno do legado do artista.

O motivo é o centenário de Rodrigues, que será celebrado daqui a dois anos, mas já teve como ponto de partida o relançamento, no fim do ano passado, de sua poltrona Carmel. A peça, larga e robusta como tantas de suas poltronas embora com linhas mais sóbrias, era até agora inédita no país do designer, isso porque foi o carro-chefe da expansão da obra do modernista para o exterior.

Sua poltrona que agora a casa torna empresta o nome de Carmel-by-the-Sea, um balneário de luxo no estado americano da Califórnia, na rota entre Los Angeles e San Francisco, onde Rodrigues abriu uma loja na década de 1960 decidido a levar sua modernidade tropical às estrelas de Hollywood. Foi um movimento em paralelo ao que sua loja Oca já fazia em São Paulo e no Rio de Janeiro, conquistando celebridades, intelectuais e formadores de opinião mesmo antes da chamada era dos influenciadores.

O PREÇO DO HYPE Peças de Sergio Rodrigues, que hoje valem até R$ 360 mil em leilões, também estão no alvo de falsificadores. O instituto que preserva a obra do designer vem intensificando ações de fiscalização para tirar do mercado cópias das peças. Só no ano passado, 160 móveis foram apreendidos em fábricas clandestinas no Rio de Janeiro, e uma série de processos correm em segredo de Justiça para notificar falsários.

Em tempo, o modernista na crista da onda terá suas obras mostradas num espaço só dele na próxima feira SP-Arte, maior evento do mercado no país, em abril.

ABRE-ALAS No fim de semana do aniversário de São Paulo, em 25 de janeiro, o Masp abre seu anexo ao público. Sem exposições em cartaz, será uma chance de conhecer a arquitetura do espaço, desenhado pela firma Metro. Haverá ainda uma leitura dramática de cartas de Lina Bo Bardi, com Isabel Teixeira e Mateus Solano.

REBRANDING No ano que começa, a galeria paulistana Projeto Vênus, numa casinha de vila em Higienópolis, passa a se chamar Sardenberg, o sobrenome do dono, Ricardo Sardenberg.

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