Opinião - Flavia Boggio: Meta libera soco na parede e Campari após Zuckerberg pedir 'energia masculina'

há 3 horas 1

Após anunciar o fim da checagem de fatos em suas plataformas, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg afirmou que as empresas precisam de mais "energia masculina".

Em entrevista ao podcaster Joe Rogan, o fundador do Facebook lamentou o surgimento de empresas "culturalmente neutras" e incentivou a volta da cultura que celebra "mais a agressividade".

"Está na hora de voltar às nossas raízes", disse. Não foi especificado que tipos de raízes estaria falando. Se fosse voltar a caçar e defender seu bando de ameaças, é provável que Zuckerberg sobrevivesse ao sol forte e aos pernilongos por apenas quinze minutos.

Na mesma semana, o grupo Meta anunciou que estaria interrompendo os esforços para aumentar a diversidade no quadro de funcionários.

Muitos ficaram surpresos com o novo posicionamento do multibilionário. Mas vale lembrar que ele começou a carreira criando um aplicativo que avaliava os quesitos físicos de mulheres, numa espécie de "vou não vou" digital. Há quem diga que Zuckerberg seja um dos primeiros "incel" —termo usado para definir os "celibatários involuntários": homens que, por serem um fracasso com mulheres, se voltam contra elas.

O fundador do Facebook tem uma biografia típica de adolescente solitário que, assim que ganha poder, quer se juntar ao grupo dos "bullies". Após os 40, passou pela transformação kafkiana de todo homem branco heterossexual. Se tornou um conservador com saudade dos "bons tempos" do patriarcado, quando ofender gays, mulheres e negros era liberado. E reclamar era "mimimi".

Resta saber como ficarão as empresas de Zuckerberg com mais "energia masculina". Talvez forneçam aos funcionários porte de armas e trajes medievais, para que honrem os bons tempos da masculinidade. O soco na parede será liberado, porque homem de verdade não faz terapia.

Os banheiros terão sabonetes do Cristiano Ronaldo, com fragrâncias como "carvalho defumado", "cerveja amarga" e "couro antigo". Em vez de frutas, as empresas oferecerão Campari aos funcionários. O nome "Meta", vai ser substituído por "Neca", em referência à gíria que glorifica o membro masculino.

O bullying entre os funcionários será liberado, porque essa coisa de assédio moral é "mimimi".

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

Leia o artigo completo