A OMS (Organização Mundial de Saúde) afirma que lamenta o anúncio dos Estados Unidos de que pretendem sair da organização e espera que o país reconsidere a medida. A agência destacou a longa parceria com os EUA, que são membros desde 1948, e os avanços alcançados juntos, como a erradicação da varíola e quase eliminação da poliomielite.
"Esperamos que os Estados Unidos reconsiderem e realmente esperamos que haja um diálogo construtivo em benefício de todos, dos americanos, mas também das pessoas ao redor do mundo", disse o porta-voz da OMS, Tarik Jašarević, em uma coletiva de imprensa em Genebra, de acordo com a Reuters.
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a saída do país da OMS em seu primeiro dia de mandato, nesta segunda-feira (20). Ele criticou a agência, alegando má gestão durante a pandemia de Covid-19 e acusando-a de ser influenciada politicamente, especialmente pela China. Trump também considerou os valores pagos pelos EUA à organização como desproporcionais em relação a outros países.
Em nota, a agência cita que "os Estados Unidos foram membros fundadores da OMS em 1948 e, desde então, têm participado ativamente na formação e governança do trabalho da organização".
Ao longo de mais de sete décadas, a parceria entre a OMS e os EUA foi vista como fundamental para salvar vidas e proteger tanto a população americana quanto comunidades em todo o mundo de diversas ameaças à saúde. O país é responsável por cerca de um quinto do financiamento da agência.
Além da nação norte-americana, os maiores financiadores incluem a Fundação Bill & Melinda Gates, cuja maior parte dos recursos é destinada à erradicação da poliomielite, e o grupo global de vacinas Gavi. Outros grandes contribuintes são a Comissão Europeia e o Banco Mundial. Entre os países, a Alemanha ocupa a posição de segundo maior doador, responsável por cerca de 3% do financiamento total da organização.
Com a medida, o governo estadunidense terá 12 meses para se desvincular da OMS e deixará de contribuir financeiramente com a agência. Especialistas alertam que a saída pode comprometer programas essenciais, como os de combate à tuberculose e ao HIV/Aids, além de afetar emergências globais de saúde.
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A iniciativa também inclui a interrupção das negociações sobre o tratado de pandemias da OMS e a revisão da estratégia de segurança sanitária americana. Esses ajustes poderão ter impactos significativos na cooperação internacional em saúde pública.
Essa não é a primeira vez que Trump tenta retirar os EUA da OMS. Durante seu primeiro mandato, ele já havia feito o mesmo movimento, revertido posteriormente por Joe Biden, que restabeleceu a parceria ao assumir a presidência em 2021. Desta vez, a ordem presidencial reforça o descontentamento com a organização e busca redefinir a postura do país em relação à saúde global.
Com informações da Reuters