Procuradoria-Geral da República emitiu parecer contrário a uma das ações que buscam impedir a privatização da empresa se saneamento Básico do Estado de São Paulo
Gilberto Marques/Governo de São Paulo
Liquidação da operação de venda dos papéis será concluída na próxima segunda-feira (22)
A oferta de ações da Sabesp teve uma grande procura, com o preço dos papéis fixado em R$ 67 para fundos de investimento, pessoas físicas e aposentados. A demanda atingiu R$ 187 bilhões, o maior valor já registrado em uma oferta de ações secundária. Investidores estrangeiros fizeram mais da metade das reservas. A privatização da Sabesp renderá quase R$ 15 bilhões aos cofres do governo paulista. As ações encerraram o pregão da B3 negociadas por R$ 82, sendo que a Equatorial ofereceu R$ 67, tornando-se o teto para venda no varejo. A empresa desembolsará R$ 6,8 bilhões pelo lote de ações adquirido da companhia de saneamento. A alta procura pelos papéis da Sabesp se deve à expectativa de melhoria na eficiência da empresa com capital privado, o que pode refletir na valorização das ações no médio prazo. A liquidação da operação de venda dos papéis será concluída na próxima segunda-feira (22).
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Os investidores do varejo não receberão todas as ações reservadas, havendo um rateio das 220 milhões de ações oferecidas. A expectativa é que recebam apenas 3% das ações desejadas. Entre os investidores interessados estão gestoras como Atmos, Squadra, Opportunity e CPPIB, além do fundo soberano de Cingapura. A Equatorial terá três representantes no Conselho de Administração da Sabesp. A Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu parecer contrário a uma das ações que buscam impedir a privatização da Sabesp. O documento foi solicitado pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, e entregue dentro do prazo de 24 horas estabelecido.
A privatização da Empresa Paulista de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A ação de privatização é contestada por partidos como PT, PSOL, PV, PCdoB e Rede Sustentabilidade, que alegam inconstitucionalidade no modelo adotado. Entre os argumentos apresentados pelas legendas contrárias à privatização, o PT destaca a venda da empresa por um valor abaixo do mercado e a limitação de participação de acionistas para favorecer uma concorrente específica. O procurador-geral, Paulo Gonet, ressaltou que a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) não pode ser utilizada para questionar a legalidade da privatização. Além disso, o PT contesta a presença de Karla Bertocco, ex-diretora da Equatorial Participações e Investimentos, no conselho que aprovou a privatização da Sabesp. Segundo o partido, o governo de São Paulo estaria promovendo a depreciação do patrimônio público e incentivando movimentos especulativos no mercado acionário nacional.
*Reportagem produzida com auxílio de IA