O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou uma audiência para oferecer um acordo ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), acusado do crime de injúria contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A reunião será no dia 14 de agosto. Fux é o relator do caso.
O benefício foi oferecido no mês passado após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar o parlamentar ao Supremo. A medida é adotada em crimes cuja punição é baixa. Pelo Código Penal, a injúria é punida com pena que varia de 1 a 6 meses de prisão, que pode ser convertida por penas alternativas.
A denúncia envolve o discurso do deputado durante uma reunião na Organização das Nações Unidas (ONU), em 2023. Nikolas chamou Lula de “ladrão” e publicou a fala em suas redes sociais.
Na audiência, um representante da PGR vai oferecer ao deputado uma transação penal, espécie de acordo no qual o acusado se compromete a cumprir medidas determinadas pela procuradoria em troca do encerramento do processo.
Com o eventual arquivamento, o parlamentar não será condenado. Se o deputado não aceitar o acordo, o processo seguirá a tramitação normal.
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Entenda o caso
Nikolas Ferreira, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi denunciado pela instância máxima do Ministério Público Federal (MPF) por ter chamado, no ano passado, Lula de “ladrão”. Segundo o deputado, o presidente “deveria estar na prisão”.
As declarações do parlamentar foram dadas durante um evento promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em novembro de 2023. Na ocasião, o Ministério da Justiça e Segurança Pública pediu ao STF a abertura de uma investigação sobre o deputado.
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Em junho deste ano, a Polícia Federal (PF) havia concluído que Nikolas Ferreira teria cometido injúria contra Lula. A corporação, no entanto, decidiu não indiciar o deputado por considerar o ato um “crime de menor potencial ofensivo”.
A pena prevista para o crime de injúria é de 1 a 6 meses de detenção ou multa. No caso de Nikolas, a PGR pediu que sejam aplicados três agravantes, pelo fato de o suposto crime ter sido cometido contra o presidente da República; contra uma pessoa de mais de 60 anos; e por ter sido divulgado nas redes sociais.
A PGR sugeriu, no entanto, que possa ser feito um acordo de transação penal, por meio do qual o deputado teria de aceitar cumprir determinadas medidas e, em troca, o processo seria arquivado.
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Deputado mais votado em 2022
Nikolas Ferreira tem 28 anos e é deputado federal em primeiro mandato. Ele foi o deputado mais votado do país nas eleições de 2022, com 1,47 milhão de votos. Na história da Câmara dos Deputados, é o terceiro mais votado, atrás apenas de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em 2018, e Enéas Carneiro (Prona), em 2002.
Antes de chegar ao Parlamento federal, Nikolas foi vereador em Belo Horizonte (MG), entre 2021 e 2023. Ele está no PL desde 2022. Antes, passou por PSL (2018-2020) e PRTB (2020-2022).
(Com Agência Brasil)