Paralisadas desde 2015, as obras de ampliação do Inca (Instituto Nacional do Câncer), no Rio de Janeiro, serão retomadas com a promessa de criar um campus integrado na Praça Cruz Vermelha, no centro da cidade. O contrato para a estruturação do projeto foi assinado no dia 14 de novembro e divulgado nesta segunda-feira (25) pelo governo federal.
A obra, prevista em R$ 1,1 bilhão, será financiada pela primeira parceria público-privada na área da saúde, que acontecerá entre o Inca, o Ministério da Saúde e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Dessa forma, os serviços médicos continuarão sob gestão pública enquanto a infraestrutura será gerida em parceria com a iniciativa privada.
A nova estrutura reunirá as 18 unidades do Inca em um único complexo. Para isso, serão erguidos três novos prédios em terreno vizinho, cedido pelo governo do estado.
A centralização das unidades promete reduzir gastos operacionais e melhorar a logística de atendimentos, que hoje incluem diversos endereços.
Segundo o Ministério da Saúde, a iniciativa também busca ampliar os serviços de alta complexidade, como leitos de internação, de terapia intensiva e semi-intensiva e a prestação de serviços não assistenciais para até 450 leitos.
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"Esse é um marco na política para o controle do câncer. Além de integrar assistência, ensino e pesquisa, o modelo permite aliar recursos do Novo PAC e apoio privado, como o do BNDES, para entregar um serviço público de excelência", afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
A retomada das obras ocorre após anos de abandono devido à falta de recursos e disputas burocráticas. O terreno do novo complexo foi doado à União pelo governo do estado. No local funcionava um hospital para servidores estaduais, o Iaserj (Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro), que foi desocupado em 2012 e, posteriormente, demolido. Mas as obras estavam interrompidas desde 2015, segundo o BNDES.
Para Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, a parceria entre instituições públicas e privadas representa um novo modelo na área da saúde. "A infraestrutura hospitalar será de maior qualidade, com melhores condições de trabalho para os profissionais e aumento na oferta de leitos. Além disso, teremos benefícios como otimização de recursos, redução de custos e modernização das instalações", disse.
Com previsão de conclusão para 2026, o novo campus do Inca promete não apenas aliviar as filas, mas também dar novo fôlego à pesquisa e ao ensino em oncologia no Brasil.
"Teremos, agora, a oportunidade de entregar aos usuários do SUS um complexo que irá transformar nossa atuação", disse o diretor-geral substituto do Inca, João Viola.