O que você precisa saber antes de fazer uma cirurgia plástica

há 1 dia 3

Fazer uma cirurgia plástica, seja para fins reparadores ou estéticos, envolve seriedade e responsabilidade. Afinal, toda cirurgia tem riscos. Pensando na proteção tanto do paciente quanto dos médicos, especialistas dão dicas do que deve ser considerado antes de entrar no centro cirúrgico.

A escolha do profissional que vai realizar o procedimento é o primeiro e importante passo. Você pode pedir referências, pesquisar qual é a especialidade desse médico e analisar os resultados de outros pacientes.

Uma dica que pode parecer óbvia, mas é crucial, é verificar com cautela se a pessoa que você encontrou é realmente médica e tem seu título de especialista validado. "Hoje em dia, na área de cirurgia plástica, há muitos profissionais que não são médicos realizando procedimentos, principalmente estéticos, de uma forma que não é permitida", alerta Paolo Rubez, cirurgião plástico pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

Para saber se um médico é realmente cirurgião plástico, entre o site da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), digite o nome completo do profissional e veja se ele está devidamente cadastrado.

Escolhido o médico, a consulta é um momento muito importante para o esclarecimento de todas as dúvidas que podem surgir e também para o alinhamento de expectativas. Nessa hora, é fundamental explicar para o médico o que você espera do procedimento, para que ele consiga avaliar se é ou não algo viável.

Rebecca Rossener, cirurgiã plástica pela USP (Universidade de São Paulo), destaca a importância de estabelecer uma relação médico-paciente e de se sentir bem e seguro com o profissional. "É a pessoa que vai te acompanhar em todo o processo e com quem você vai dividir uma parte importante, que é entregar nas mãos dela a sua saúde e bem-estar."

Essa conversa franca é o momento de compartilhar quaisquer anseios e medos em relação à cirurgia. A função do médico é explicar todos os passos e riscos, para que esse medo seja atenuado. O mesmo serve para quem deposita altas expectativas, já que muitas vezes há limitações.

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Rebecca ressalta que, depois da definição do procedimento e do profissional, é preciso perguntar sobre os próximos passos, como exames, medicações que precisam ser interrompidas e mudanças na rotina, para que você se organize.

"A programação financeira, profissional —em relação a afastamentos—, exercícios físicos, cuidados pós-operatórios e organização da rotina familiar. Tudo isso precisa ser conversado antes", explica a médica.

Além de sanar as dúvidas, é comum também ter que preencher um formulário pré-anamnese, antes mesmo de falar com o médico. Esse questionário avalia experiências anteriores, informações pessoais e de saúde.

"A gente sempre reforça a necessidade de o paciente se responsabilizar pelas informações que está prestando e, se tiver qualquer dúvida durante o atendimento, ele precisa acionar o médico", explica Ariane Vilas Boas, advogada especialista em direito médico. Esse formulário faz parte do conjunto de documentos necessários no pré-operatório.

A advogada detalha os documentos desse processo. Eles servem para garantir que as informações importantes foram passadas e também para proteger tanto o médico quanto o paciente em caso de inconsistência de alguma parte.

"Isso faz com que o médico esteja precavido no sentido de que ele passou todas as orientações necessárias ao paciente. Em contrapartida, o paciente também estará muito mais seguro, porque entendeu exatamente a dinâmica do procedimento e, automaticamente, tem poder de escolha", informa Ariane.

Além da anamnese, com a identificação completa do paciente, devem ser documentados os exames pré-operatórios, a avaliação de risco cirúrgico e o prontuário preenchido com precisão. Outro ponto importante é o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que deve informar o procedimento, os riscos e a expectativa do paciente.

É fundamental que o paciente entenda os riscos. "Qualquer cirurgia pode ter risco, mesmo que todos façam o melhor possível. Então, é importante conversar sobre isso para que o paciente esteja mais preparado sobre o que pode acontecer e saiba lidar com o pós-operatório", explica Rebecca.

Isso também passa a segurança de que o profissional está qualificado para resolver o que quer que possa acontecer.

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