O nome do ativo pode estar viesando seus investimentos

há 5 meses 7

Já percebeu como, na infância, muitas vezes rejeitamos um alimento só pelo nome? Se alguém diz "espinafre", a criança já torce o nariz, mas se ouve "batata divertida" ou "frango mágico", a reação pode ser diferente — mesmo que o sabor nem sempre agrade. O nome e as associações que criamos têm um poder imenso sobre nossas escolhas, até mesmo no mundo dos investimentos.

Uma experiência anterior, seja nossa ou de alguém próximo, pode nos fazer acreditar que um ativo específico é seguro, arriscado ou promissor, e isso influencia nossas decisões sem que percebamos. Vou descrever as características de um investimento popular e, ao final, você decide: ele seria adequado para o seu portfólio?

Não é possível determinar explicitamente o retorno futuro deste ativo, ou seja, o retorno futuro não pode ser garantido. Mas podemos ter uma base, considerando o que já ocorreu. Segundo indicadores de mercado, ele já apresentou janelas de 4 anos com retornos negativos, mas também já dobrou de valor em períodos semelhantes. No longo prazo, costuma ter retornos positivos, mas o desempenho específico depende de muitos fatores.

Outra característica interessante é que ele pode gerar fluxos de caixa ao longo do tempo, combinados com um potencial de valorização de capital.

Essa aplicação é recomendada para o longo prazo, usualmente, janelas de 5 a 10 anos. A compra e venda em prazos menores que um a dois anos pode gerar prejuízo devido não só a oscilação de mercado mas por custos de transação. É possível que em algumas situações, a baixa liquidez resulte em maiores descontos.

Esse ativo também é comumente alavancado, ou seja, possui endividamento envolvido. A alavancagem pode gerar dois resultados. Por um lado, o retorno pode ser maior por ser necessário menor investimento imediato. Porém, isso vem com um risco adicional. Se o retorno do investimento não superar a taxa de juros da dívida, o investimento pode ter consequência não desejada, podendo chegar até a perda integral da aplicação. Esse é um ponto importante a se considerar, especialmente em períodos de taxas juros mais elevadas.

O preço do ativo não é determinado apenas pela oferta e demanda, mas é amplamente influenciado por fatores macroeconômicos como taxa de juros, crescimento econômico e disponibilidade de crédito. Em condições econômicas favoráveis, ele tende a valorizar; em cenários adversos, pode perder valor no curto prazo.

Agora, com base nessas características, pergunto:

  • Você considera esse ativo de alto risco, moderado ou de baixo risco?
  • Qual o máximo percentual de seu patrimônio que você aplicaria nele?

Muitas vezes, um nome ou uma experiência anterior pode enviesar nossas decisões. No caso dos investimentos, esse viés pode nos levar a agir com confiança em um ativo, sem perceber o risco que ele realmente representa. Por isso, entender as características de cada investimento, sem associações superficiais, pode ser a chave para escolhas mais racionais e equilibradas. Amanhã eu divulgo qual é esse ativo e forneço as características de outro para ver se você prefere em relação a esse. Até lá, você pode responder aqui nos comentários as duas perguntas apresentadas acima.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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