O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), voltou a colocar em pauta a ideia de incluir o teleférico como meio de transporte coletivo na capital paulista. Em reunião com a vereadora Sandra Santana (MDB), nesta quarta-feira (26), Nunes discutiu o projeto de lei (PL) 32/2025, que altera a legislação municipal para permitir a criação do novo modal.
A proposta, contudo, não é exatamente nova. Durante a eleição de 2022, o empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB) já havia sugerido o uso de teleféricos urbanos como alternativa para o trânsito da capital. Ele propôs a criação de bolsões de estacionamento nas entradas da cidade, interligados por cabos suspensos.
Na versão mais enxuta avaliada agora pela prefeitura, o plano prevê a instalação de teleférico na Brasilândia, bairro da zona norte com relevo acidentado e vias estreitas, o que dificulta o trânsito de veículos.
“Você que é da região da Brasilândia, que mora em um lugar bem alto, estou aqui com a vereadora Sandra Santana, nossa querida. Estamos aqui fazendo um projeto bacana, viu? Não vou contar, não. Logo, logo vocês vão ver”, afirmou Nunes em vídeo publicado por Sandra nas redes sociais.
Segundo a justificativa do projeto, a geografia local “exacerba as dificuldades enfrentadas pelos moradores” e justifica o investimento em um modal alternativo.
A proposta prevê um sistema com cabines para até dez pessoas, 4,6 km de extensão, velocidade média de 18 km/h e intervalo de 15 segundos entre as cabines. A capacidade estimada é de 3.210 passageiros por hora, nos dois sentidos.
Resposta de Pablo Marçal
Ao saber da proposta, Pablo Marçal ironizou o prefeito. “Ele [Nunes] reconhece que está amadurecendo como prefeito. É importante que ele reconheça a afobação de criticar o que não entendia”, declarou à CNN Brasil.
Em 2022, Nunes classificou o plano de Marçal como “utópico”. Agora, segundo fontes da prefeitura, a comparação entre os dois projetos é equivocada. Enquanto Marçal sugeria um cinturão de teleféricos nos moldes do Rodoanel, a proposta atual se limita a uma ligação pontual entre áreas altas e baixas de um único bairro.
“Todo mundo sabe que ele queria fazer um cinturão de teleférico sem entender a topografia de São Paulo. Uma coisa é fazer a ligação de um ponto a outro, sustentado por projeto e estudos, e a outra é uma promessa que desconsidera o relevo de toda a cidade”, disse o prefeito.