O número de médicos atuantes no Brasil cresceu 23,6% na comparação de 2019, período pré-pandemia, com 2023, apontam dados divulgados nesta quarta-feira (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo o órgão, o contingente de profissionais aumentou de 406,7 mil para 502,6 mil. O IBGE considera o número médio mensal de médicos em cada ano.
Os dados integram a Síntese de Indicadores Sociais, uma das principais publicações do instituto. O levantamento reúne estatísticas sobre as condições de vida da população brasileira em diferentes áreas, incluindo a de saúde.
O IBGE afirma que o número de médicos cresceu 21,2% no SUS (Sistema Único de Saúde) de 2019 para 2022. O contingente passou de 296 mil para 358,9 mil.
Em termos relativos, o avanço ficou abaixo do verificado fora do sistema. Isso ocorreu porque o número de profissionais que o IBGE chama de "não SUS" aumentou 29,7%, pulando de 110,8 mil em 2019 para 143,7 mil em 2023.
Os médicos do SUS, porém, ainda são a maioria. Representaram 71,4% do total no ano passado, ante 28,6% fora do sistema.
Desigualdades regionais
O IBGE também calculou o número relativo de profissionais por 10 mil habitantes. O indicador aumentou de 19,6 em 2019 para 23,7 em 2023.
Apesar do crescimento, o instituto sinalizou que ainda existem disparidades regionais na distribuição geográfica da categoria.
O número de médicos por 10 mil habitantes foi de 29,2 no Sudeste, de 27,1 no Sul e de 25,3 no Centro-Oeste. São níveis superiores aos registrados no Norte (13) e no Nordeste (16,5).
A síntese do IBGE analisa estatísticas do Ministério da Saúde, além de projeções populacionais do próprio instituto.
Em uma comparação internacional que leva em conta números disponíveis até 2022, o número de médicos por 10 mil habitantes no Brasil (22,5) ficou em um patamar entre países como o Canadá (25) e a República Dominicana (22,3).
"Países com estatísticas acima do Brasil foram, em 2022, Argentina (40,8 por 10 mil habitantes), Reino Unido (31,7) e Colômbia (24,5)", afirmou o IBGE.
Ainda de acordo com o órgão, o Brasil tinha 363,1 mil enfermeiros e 952,6 mil técnicos de saúde em 2023. Os números cresceram 39,2% e 26,9% ante 2019 (pré-pandemia), respectivamente.