Nobel em Física premia pioneiros da inteligência artificial

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O prêmio Nobel de Física deste ano veio em profunda sintonia com os nossos tempos. Concedido a John Hopfield, da Universidade Princeton, nos Estados Unidos, e Geoffrey Hinton, da Universidade de Toronto, no Canadá, por "descobertas fundacionais e invenções que permitem o aprendizado com redes neurais artificiais". Em resumo, por pesquisas com inteligência artificial.

O campo já vem sendo desenvolvido há décadas, com tentativas de criar máquinas capazes de, essencialmente, pensar. Mas os grandes avanços só vieram quando pesquisadores começaram a simular em computador o funcionamento de neurônios —células que, por meio de moléculas neurotransmissoras e impulsos elétricos, produzem a cognição no cérebro humano.

Hoje, são as redes neurais a principal ferramenta que impulsiona o campo da aprendizagem de máquina, que viabiliza uma série de aplicações, do reconhecimento de imagens aos prodigiosos processadores de linguagem natural, como o ChatGPT e seus similares.

Até hoje, a Academia Real de Ciências da Suécia, responsável pela gestão do Prêmio Nobel em Física, já concedeu 117 deles, entre 1901 e 2023, para 224 laureados.

O valor da premiação, 11 milhões de coroas suecas (pouco mais de R$ 5,5 milhões), será dividido entre os escolhidos deste ano. A premiação foi estabelecida como desejo deixado em testamento por Alfred Nobel, químico e empresário sueco famoso pela invenção da dinamite no século 19.

Os últimos vencedores, em 2023, foram Pierre Agostini, Ferenc Krausz e Anne L'Huillier, "por métodos experimentais que geram pulsos de luz de attossegundos para o estudo de dinâmica de elétrons na matéria".

Resultados ligados à mecânica quântica e ao comportamento da matéria nas menores escalas têm sido reconhecidos com frequência pelos acadêmicos, mas uma grande variedade de temas também tem se manifestado, sobretudo no campo da astronomia, que tradicionalmente não era muito celebrado.

Em anos recentes, houve prêmios para resultados ligados a buracos negros (2020), cosmologia e exoplanetas (2019), e ondas gravitacionais (2017). Um destaque importante foi dado em 2021 para o estudo das mudanças climáticas, numa rara premiação em tempos recentes ligada a geofísica.

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