Nobel de Química elogia IA, mas faz alerta de que 'também pode ser usada para o mal'

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Os cientistas laureados com o Nobel de Química por desvendarem os segredos das proteínas usando inteligência artificial disseram, nesta quarta-feira (9), esperar que seu trabalho permitam avanços científicos incríveis, mas advertiram contra os maus usos dessa nova tecnologia.

Demis Hassabis, 48, e John Jumper ganharam a láurea com David Baker, 62, da Universidade de Washington em Seattle, nos Estados Unidos. O trabalho deles foi agraciado pelo uso de técnicas computacionais para projetar ou inferir a estrutura tridimensional das proteínas, que estão entre as moléculas mais importantes do organismo dos seres vivos.

Em uma entrevista coletiva conjunta com Hassabis em Londres, Jumper afirmou que o prêmio "representa a promessa da biologia informática".

Ambos chefiam a Google DeepMind, no Reino Unido, e desenvolveram um novo modelo de IA em 2020 chamado AlphaFold2 para determinar a estrutura das proteínas.

"Queremos fazer do mundo um lugar melhor e dispomos de ferramentas incrivelmente potentes para isso. Vamos terminar sendo capazes de fazer com que as pessoas sejam saudáveis graças ao trabalho que fazemos com a IA", disse Jumper.

"Espero que isso seja um sinal de que abrimos o caminho para muitos avanços científicos incríveis."

O trabalho dos cientistas poderia ter uma importância particular na descoberta de medicamentos, ao reduzir o tempo de trabalho necessário "em cerca de uma década ou mais a (...) talvez alguns meses", explicou Hassabis.

A IA pode ser especialmente bem aplicada na biologia molecular porque é capaz de identificar "padrões que nunca vemos", segundo Jumper.

Hassabis quis, no entanto, alertar contra os riscos relacionados com a IA, "uma das tecnologias mais transformadoras da história da humanidade".

Na sua avaliação, a ferramenta tem "um potencial extraordinário para o bem (...), mas também pode ser usada para o mal".

"Realmente, temos que pensar com muito cuidado conforme esses sistemas e técnicas se tornam mais potentes."

"Com tempo, recursos e pessoas inteligentes", continuou ele, "a humanidade pode resolver muitos de seus problemas mais espinhosos".

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