O Prêmio Nobel em Química de 2024 vai ser dividido por um trio de pesquisadores: David Baker, da Universidade de Washington em Seattle, nos EUA, e Demis Hassabis e John Jumper, do Google DeepMind, no Reino Unido. O trio foi agraciado com a láurea pelo uso de técnicas computacionais para inferir a estrutura tridimensional das proteínas, que estão entre as moléculas mais importantes do organismo dos seres vivos.
A capacidade de entender as características estruturais das proteínas é essencial para a criação de novos medicamentos e para a compreensão do funcionamento das células. Métodos computacionais devem acelerar esse processo e torná-lo mais preciso nos próximos anos.
O anúncio, transmitido ao vivo pelo YouTube, foi feito às 6h45 (horário de Brasília) em Estocolmo. Além da honra associada à premiação máxima da ciência mundial, o vencedor recebe uma medalha, um diploma e o montante de 11 milhões de coroas suecas (o equivalente a US$ 1,06 milhão ou R$ 5,78 milhões).
O prêmio Nobel foi criado pelo milionário e inventor sueco Alfred Nobel (1833-1896), que deixou em testamento um fundo para financiar honrarias a personalidades que oferecessem "os maiores benefícios à humanidade". Os prêmios originais eram para as áreas de medicina, física, química, literatura e paz. O prêmio para a área de economia foi acrescentado nos anos 1960 pelo banco central sueco.
Em 2023, o prêmio na área de química foi concedido a Moungi Bawendi, Louis Brus and Aleksey Yekimov pela descoberta e síntese dos pontos quânticos, estruturas na escala nanométrica (medindo bilionésimos de metro) cujas propriedades únicas possibilitam uma série de aplicações na computação, geração de energia solar e microscopia, entre outras áreas.
Desde 1901, o Nobel de Química teve 116 edições, premiando 195 pessoas. O britânico Frederick Sanger (1918-2013) e o americano Barry Sharpless, 83, ganharam a láurea duas vezes. O primeiro em 1958 e 1980 e o segundo em 2001 e 2022.
O francês Frédéric Joliot (1900-1958) é a pessoa mais jovem a rceceber a láurea, aos 35 anos, por seu trabalho envolvendo a síntese de novos elementos radioativos.
O alemão John B. Goodenough (1922-2023), por sua vez, é a pessoa mais velha a levar o prêmio para casa. Ele o ganhou aos 97 anos pelo desenvolvimento de baterias de íons de lítio.