O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), não compareceu a uma agenda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta terça-feira (18), em Brasília. O evento em questão foi a posse do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do qual Ibaneis fez parte do quadro de diretores.
Segundo o portal Metrópoles, Ibaneis enviou uma mensagem ao presidente eleito do conselho, Beto Simonetti, explicando sua ausência devido à presença do presidente Lula.
Na mensagem, o governador afirmou: “Fiz um compromisso comigo que não piso em território que o presidente Lula esteja presente, pelo menos até que ele se retrate comigo por ter me acusado, de forma leviana, de ter sido cúmplice do Bolsonaro no 8/1”.
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Ainda na comunicação com Simonetti, Ibaneis desejou “toda felicidade” ao presidente da OAB em seu segundo mandato.
Ibaneis Rocha foi afastado de seu cargo de governador pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, após os ataques e depredações aos prédios públicos na Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.
O presidente Lula, em entrevista ao jornal O Globo, um ano após os atos de vandalismo no Congresso, STF e Palácio do Planalto, afirmou que havia “um pacto” entre Ibaneis Rocha e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que teria permitido a violência do 8 de janeiro.
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“Eu estava no hotel assistindo a eles queimando ônibus, carros e a polícia acompanhando sem fazer nada. Havia na verdade um pacto entre o ex-presidente da República [Jair Bolsonaro], o governador de Brasília [Ibaneis Rocha] e a polícia, tanto a do Exército quanto a do DF, além de policiais federais participando. Aquilo não poderia acontecer se o Estado não quisesse que acontecesse”, disse Lula em janeiro de 2024.
Em março deste ano, o ministro Alexandre de Moraes arquivou a ação contra Ibaneis, investigado por suposta associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e golpe de Estado.
Durante a cerimônia da OAB, o presidente Lula comparou a tentativa de golpe de 2022, pela qual Bolsonaro e outros aliados denunciados, ao atentado à bomba na sede da OAB em 1980.
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Lula também afirmou que o “fascismo ressurge” no cenário global, enquanto no Brasil a “intolerância política” levou a uma “tentativa de assassinato” contra ele, seu vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.