Não há indicação de ivermectina no tratamento contra câncer

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A ivermectina é um medicamento recomendado para tratamento contra doenças provocadas por parasitas e vermes e seu uso não é indicado contra o câncer ou no tratamento de "lesões" supostamente causadas por vacinas contra a Covid-19, ao contrário do que apontam publicações falsas nas redes sociais. Não há evidência de que os imunizantes provocam este tipo de problema ao corpo humano, mas, sim, reações passageiras, como febre e inchaço local.

Em nota, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou que estudos demonstram que a ivermectina funciona no tratamento das seguintes infecções, causadas por parasitas: elefantíase, lombriga, sarna, piolho, estrongiloidíase intestinal e oncocercose.

Segundo o órgão, as indicações "são aprovadas a partir da apresentação de dados e estudos que demonstrem a relação de eficácia e segurança para as indicações pretendidas pela empresa registrante". "Não há qualquer indicação aprovada pela Anvisa para uso da ivermectina em quadros diferentes dos citados acima", destacou a agência.

Também consultada pela reportagem, a FDA (Food and Drug Administration), agência norte-americana que regula medicamentos quanto à eficácia e segurança, afirmou, como a Anvisa, que a ivermectina é aprovada no país apenas para tratar pessoas com problemas causados por parasitas.

Sobre a relação com o câncer, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica afirmou, em nota, que "não há embasamento científico para essa associação". A entidade pontuou que, atualmente, "existem tratamentos eficazes e seguros para a maioria dos tipos de câncer" e destacou que a substituição de terapias comprovadas por alternativas sem evidência científica pode criar riscos para os pacientes.

Em julho, o Ministério da Saúde afirmou que a ivermectina não deve ser usada no tratamento contra o câncer.

A reportagem entrou em contato com os autores de duas postagens sobre o assunto que viralizaram no X, mas não houve retorno até a publicação deste texto. Após a tentativa de contato, um dos posts foi apagado.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

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A investigação desse conteúdo foi feita por UOL, O Popular e Programa de Residência e publicada em 15 de agosto pelo Comprova, coalizão que reúne 42 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por Folha, A Gazeta, Estadão, Folha, Nexo, Nexo, SBT e SBT News.

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