A partir do momento que os canabinoides se mostraram eficazes no tratamento e controle da epilepsia refratária em crianças, houve uma mudança substancial no entendimento da fisiopatologia das doenças
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A atuação da cannabis medicinal no organismo exige uma dedicação tanto do paciente quanto do médico na busca pela dose ideal
Inúmeros países têm feito as pazes com a cannabis, incluindo todas as espécies: sativa, indica e ruderalis, assim como as substâncias que as compõe, como o CDB, THC, flavonoides e terpenos. Tudo começou na década de 1970, no laboratório de pesquisa do Prof. Dr. Rafael Mechoulan e sua equipe, na Universidade de Jerusalém. A partir do momento que os canabinoides se mostraram eficazes no tratamento e controle da epilepsia refratária em crianças, houve uma mudança substancial no entendimento da fisiopatologia das doenças. Para quem convive diariamente com a dor, sua ou do outro, a cannabis medicinal foi um bálsamo em todos os aspectos. Atualmente sabe-se que as indicações são inúmeras, e que o potencial da planta é inimaginável.
A descoberta do sistema “endo canabinoide” pelo pioneiro Prof. Mechoulan veio provar que os efeitos da cannabis medicinal não são apenas “balela” ou “papo de maconheiro”. É comprovado que todos os vertebrados possuem um sistema endo canabinoide, que necessita ser estimulado e ativado para um melhor equilíbrio orgânico/homeostase. A medicina e a ciência médica estão em plena fase de descobertas diante tantas possibilidades, e a melhora dos pacientes é inegável, com benefícios em todos os sistemas orgânicos, mesmo com doses subterapêuticas.
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A complexidade da atuação da cannabis medicinal no organismo exige uma dedicação tanto do paciente quanto do médico na busca pela dose e pelos canabinoides ideais. Ainda falta muito para ser estudado, comprovado e descoberto, e a ausência da base regulatória tem dificultado que boas pesquisas sejam realizadas no Brasil. Temos visto, todos os dias notícias acerca da cannabis medicinal, que vão desde os possíveis lucros bilionários da indústria do “cannabusiness”, até a luta diária que está sendo trabalhada no Brasil para que haja uma regulamentação adequada. Que venham mais pesquisas, mais investimentos, mais esclarecimentos!
*Por Dra. Paula Pileggi Vinha – CRM/SP: 99415