Morgan Supersport: tempero de modernidade em um esportivo à moda antiga

há 6 horas 1

Responda aí, sabichão: qual foi o modelo de carro produzido por mais tempo no mundo? Kombi? Fusca? Hindustan Ambassador? Algum Lada? Nada disso… O detentor do recorde de longevidade é o Morgan 4/4, fabricado de 1936 a 2018. Foram nada menos que 82 anos em linha, com uma breve interrupção por causa da Segunda Guerra Mundial. Mesmo depois de descontinuado, o 4/4 continua a gerar descendentes que mantêm a clássica silhueta dos carros da marca britânica, mas com modificações para o século XXI.

O fruto mais recente é o Morgan Supersport, que chega para ocupar uma vaga que já foi do Morgan Plus 8 (1968–2018) e, mais recentemente, do Morgan Plus Six (2019–2025). Quem bate o olho, percebe logo que é um Morgan: capô longo, paralamas destacados da carroceria… Está tudo ali, em um arranjo típico dos roadsters britânicos pré-guerra. 

Mas repare que, desta vez, a fábrica de Malvern ousou pôr elementos modernos na receita, dando ao modelo um um jeitão retrô-futurista. São para-lamas alargados, para-choques pretos integrados à carroceria, uma tela em vez da grade dianteira (sem os elementos verticais de sempre) e faróis de LEDs. Uma ideia é marcar bem a diferença visual em relação ao clássico Morgan Plus Four, que continua em linha e é o herdeiro direto do velho 4/4. 

O Supersport foi pensado para ser utilizável 365 dias por ano, mesmo na fria e chuvosa Inglaterra — daí que, quando o verão terminar, o dono do carro poderá instalar um teto rígido de fibra de carbono no lugar da capota conversível tradicional. Pesando 20 quilos, o teto rígido desmontável tem uma ampla vigia, o que garante um bom campo de visão ao motorista e elimina qualquer sensação de claustrofobia.

Mesmo com o teto rígido, as janelas laterais ainda são de correr, montadas em painéis removíveis. Trazem, contudo, um novo sistema de fixação, sendo mais fáceis de pôr e retirar. Outra novidade é que o Supersport traz um porta-malas (algo inexistente no Plus Four e no antigo Plus Six). Sua traseira lembra a do Puma GTS 1976, vulgo “bunda caída”. 

O espaço para bagagem não é grande coisa, mas, ao menos, permite levar as janelas laterais e valises de viagem. A abertura pode ser feita por controle remoto — uma revolução, em se tratando de um Morgan! Para passeios mais longos, há a opção de um bagageiro externo, montado sobre a tampa do porta-malas. 

Em vez das tradicionais rodas raiadas ou de aço, de 15”, o Supersport traz aros de liga-leve de 18” ou 19” com desenho bem original, calçados com ótimos Michelin Pilot Sport 5.

Morgan Supersport 2025 - o teto rígido de fibra de carbono é desmontável

Foto de: Morgan Motor

Morgan Supersport 2025 - o teto rígido de fibra de carbono é desmontável

Carroceria ainda tem estrutura de madeira

Para o êxtase dos tradicionalistas, a carroceria continua a ter estrutura de madeira (freixo, pra ser exato). E, assim como os Morgan Plus Four atuais e o extinto Plus Six, o Supersport tem um chassi de alumínio chamado de CX-Generation. Sua suspensão tipo duplo A nos dois eixos, com 25 opções de ajustes manuais, deve garantir muita diversão em estradas sinuosas — o motorista, lembre-se, vai praticamente sentado sobre o eixo traseiro.

A marca britânica vem utilizando motores BMW há 25 anos, e o Supersport mantém essa tradição com um seis-em-linha 3.0 TwinPower Turbo (B58). É o mesmo propulsor que já equipava o Plus Six e nas mesmas especificações de modelos como o BMW Z4 e o Toyota GR Supra. São 340 cv para levar um Morgan que pesa apenas 1.170 quilos (uns 300 kg a menos que o Z4 e o Supra!). O escapamento permite alterar a intensidade do som do motor, de acordo com o estado de espírito do motorista.

Ao contrário do Z4 e do GR Supra, contudo, o Morgan não oferece opção de câmbio manual. O jeito é se contentar com a onipresente caixa automática ZF 8HP, o que não chega a ser ruim. Lembre-se que o Supersport é um esportivo pensado para o uso diário. 

Com uma relação peso/potência de 3,44 kg/cv (melhor que a do atual Porsche 911 Carrera, por exemplo), o Morgan Supersport pode acelerar de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos e alcançar a máxima de 267 km/h. Só não anda mais por causa de sua aerodinâmica dos anos 30, com para-brisa reto. 

Um dos opcionais é o diferencial autoblocante. E vale o aviso: apesar da transmissão automática, este carro ainda é um esportivo à moda antiga, sem o monte de ADAS tão em voga nos dias de hoje.

Morgan Supersport 2025 (10)

Foto de: Morgan Motor

Morgan Supersport 2025 (10)

No interior, temos um belo trabalho de marcenaria (com nogueira de verdade, é claro) e infinitas combinações de couros, tecidos e cores nas forrações. Há algumas concessões à modernidade, como um carregador sem fio no console, mas ainda não foi desta vez que um Morgan ganhou uma tela multimídia no painel… 

No Reino Unido, o Supersport custa a partir de £ 102 mil (R$ 757 mil, na conversão direta). É 2% mais caro que um Porsche 911 “de entrada” na Inglaterra. Para receber o carro pronto, ainda é preciso entrar em uma fila de espera que vai de seis meses a um ano, em média. 

Motor dianteiro, tração traseira, capô longo e escape musical em um roadster com para-brisa reto e sem assistências eletrônicas... Acho que já tenho um novo modelo favorito para o dia em que ganhar a Mega-Sena da virada.

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