Moraes determina que PF interrogue Jorginho Mello por declaração sobre Bolsonaro e Valdemar

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O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou, nesta sexta-feira (17), que a Polícia Federal interrogue o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), em 15 dias para esclarecer se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) violou medidas restritivas impostas pela corte.

Na última segunda-feira (13), Mello disse no programa "Direto ao Ponto", da Jovem Pan News, que o presidente nacional de seu partido, Valdemar Costa Neto, mantinha contato com Bolsonaro.

Os dois correligionários estão proibidos de se falar desde fevereiro do ano passado, quando o ministro vetou a comunicação entre todos os investigados na operação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.

"A entrevista do governador de Santa Catarina indica possível violação às medidas cautelares impostas por esta Suprema Corte, em especial a proibição de manter contato com os demais investigados aplicada a Jair Messias Bolsonaro e Valdemar Costa Neto", afirmou Moraes.

Na entrevista, o governador disse: "E o nosso presidente Valdemar conversa muito com o presidente Bolsonaro, que é o presidente de honra, né? Espero que daqui um pouquinho eles possam conversar na mesma sala, né? Para se ajudar ainda mais".

Em outubro do ano passado, a Primeira Turma do STF decidiu, por unanimidade, recusar um pedido de Bolsonaro para permitir que ele retomasse contato com os demais investigados no caso.

Com as decisões, Bolsonaro seguiu impedido de se comunicar com aliados políticos e militares próximos —entre eles, o presidente do PL e o general da reserva Walter Braga Netto.

Moraes disse, em um dos votos, que a Polícia Federal já apresentou "provas robustas de que os investigados concorreram para o processo de planejamento e execução de um golpe de Estado, que não se consumou por circunstâncias alheias às suas vontades".

Por isso, a proibição de Bolsonaro de manter contato com outros investigados seria necessária para "resguardar a investigação, evitando-se a combinação de versões, além de inibir possíveis influências indevidas no ânimo de testemunhas e de outras pessoas".

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