O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (9) a compra de 9,5 milhões de doses da vacina para 2025. Dessas, 5,5 milhões foram enviadas aos estados e ao Distrito Federal.
A estratégia é seguir a vacinação do público de 10 a 14 anos, com base na avaliação do comitê científico da pasta. No total, o investimento será de R$ 1,5 bilhões para o enfrentamento da doença em 2025.
Segundo o Ministério, há seis estados com tendência de alta de casos neste ano: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná, que devem apresentar uma incidência acima da observada em 2024.
A divulgação das informações foi feita durante a instalação do Centro de Operações de Emergência (COE) para Dengue e outras Arboviroses, de forma preventiva, e o novo plano de contingência nacional para dengue, chikungunya e zika.
Entre as previsões para 2025, o ministério planeja ampliar o uso de tecnologias de controle do vetor, como a implantação de insetos estéreis em aldeias indígenas, a borrifação residual intradomiciliar em áreas de grande circulação de pessoas, como creches, escolas e asilos, além de estações disseminadoras de larvicidas. A previsão é implantar 150 mil unidades de estações na primeira fase do projeto.
Em 2024, o país teve um aumento de 303% de casos prováveis de dengue, em relação ao ano anterior. No total, foram cerca de 6,5 milhões de casos registrados.
"Sabemos que tivemos um número recorde de casos em 2024. As razões, além da mudança climática também se deve à circulação de novos sorotipos, mas o grande fator de fato foi o regime de chuvas e o aquecimento global", afirmou Nísia durante lançamento do plano.
A ministra tratou da dengue como um problema mundial, considerado o contexto ambiental. "Isso fez da dengue um desafio global, e nós temos trabalhado junto à Opas [Organização PanAmericana de Saúde] e com a OMS [Organização Mundial de Saúde]."
Entre 2023 e 2024, também houve aumento de 77,3% de diagnóstico de dengue.
O objetivo do COE e do plano é reduzir o número de casos e mortes evitáveis, com foco em vigilância e assistência à saúde.
A pasta também adquiriu 6,5 milhões de testes rápidos.
Em sua fala, a ministra reforçou a importância dos chamados "10 minutos contra a dengue", ações de prevenção nas casas para evitar o foco do mosquito e deu destaque ao Dia D de Mobilização Contra a Dengue, ação de combate realizada em dezembro pelo governo federal.
O COE, coordenado pelo Ministério da Saúde em conjunto com estados e municípios, visa acelerar a organização de estratégias de vigilância.
No anúncio desta quinta, a pasta também alertou para cuidados ao se ter no diagnóstico e indicou que o termo "dengue hemorrágica" vem sendo abolido, visto que o sangramento não é o único indicativo de uma dengue grave. Segundo a pasta, 2/3 das pessoas morrem sem sangrar.
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Ao longo de 2024, a gestão de Nísia enfrentou a explosão de casos de dengue, junto à falta de alguns modelos de medicamentos e vacinas em todo o país, como doses do calendário infantil e contra a Covid.
Os episódios corroboraram para críticas à ministra por parte do presidente Lula (PT) e para a pressão do Centrão para ampliar o controle sobre o orçamento da pasta.
Nísia interrompeu as férias na segunda-feira (6) para cumprir agendas oficiais como o lançamento do plano desta quinta.