Outros fabricantes têm compartilhamento de alguns motores, caso do motor 1.3 turbo que equipa carros da Renault, tais como o Duster e a Oroch, e também está nos Mercedes-Benz menores. Embora com diferenças, não é raro a comunalidade, uma vez que o quatro cilindros foi criado em uma parceria entre a marca francesa e a alemã. Vale ressaltar que nem todos os componentes têm tudo em comum.
Um dos casos mais famosos da utilização em família de um propulsor é o Citroën DS3, Peugeot 208 GT e o MINI Cooper de duas gerações atrás.
O motor 1.6 turbo muda em detalhes de periféricos (exemplo do turbo) e afins. O Mini Cooper é da mesma família, mas tem coisas diferentes. Algumas peças podem ser compartilhadas, especialmente as periféricas. É o caso da bomba de alta pressão."A bomba N18 do Peugeot 208 GT custa R$ 5.849. Essa peça se aplica aos Peugeot e Citroën. O valor deve estar próximo do dobro no Mini. Tudo fica mais caro", exemplifica Eric Faria e Silva, sócio-proprietário da 3M Motors.
Utilizar os mesmos fornecedores está longe de ser algo incomum. Um bom caso é o câmbio ZF 8HP, caixa de transmissão que está em BMW, VW e outras. É importante lembrar que relações e outros pontos costumam mudar de modelo para modelo, no entanto, alguns componentes internos não variam da mesma maneira.
"Se uma montadora decidiu usar o câmbio 8HP em um carro mais em conta, ele é compatível com um carro premium. O dono consegue fazer também um reparo fora da concessionária, sairia bem mais barato. São montadoras diferentes, mas tem câmbio em comum", afirmou Diego Inoue, da Oficina Garage 87, também em entrevista de 2024.
O especialista também destaca carros que já foram de luxo, mas sofrem para encontrar alternativas de peças mais baratas após tantos anos de mercado. "Outros exemplos são os câmbios dos Hyundai 2.0, que podem ser compatíveis com as transmissões dos modelos nacionais 1.6. Cerca de 90% das peças internas são compartilhadas, muda a programação e algumas coisas".