A Mercedes-Benz intensificará os cortes de custos depois que seus lucros caíram pela metade no terceiro trimestre, atingidos pela demanda fraca e pela concorrência acirrada na China, informou a empresa nesta sexta-feira (25).
O retorno ajustado sobre as vendas da divisão de automóveis da Mercedes caiu para 4,7% no terceiro trimestre, de 12,4% no ano passado, sua pior rentabilidade desde a pandemia, enquanto os ganhos da unidade caíram mais da metade, pior do que o esperado pelos analistas.
O lucro líquido foi de 1,7 bilhão de euros (R$ 10,48 bilhões) contra 3,7 bilhões de euros (R$ 22,81 bilhões) do mesmo período em 2023. As vendas caíram 17% na China e 25% na Alemanha.
A montadora de carros de luxo cortou duas vezes sua meta de margem de lucro para o ano durante o terceiro trimestre, juntando-se a um número crescente de rivais europeus que culpam o enfraquecimento do mercado chinês pela queda dos lucros e das margens.
"Os resultados do terceiro trimestre não atendem às nossas ambições", disse o diretor financeiro da montadora, Harald Wilhelm, acrescentando que o grupo intensificará os cortes de custos.
Wilhelm se recusou a fornecer mais detalhes sobre os cortes, mas advertiu que "com certeza será mais rigoroso e mais duro".
Em 2020, a Mercedes lançou um plano para reduzir os custos em 20% entre 2019 e 2025, dos quais 15% a 16% já foram alcançados, de acordo com o diretor financeiro.
Folha Mercado
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A Union Investment, que, de acordo com a LSEG, está entre os 30 principais investidores da Mercedes, pediu que a administração altere sua estratégia, já que não vê mais mercado para 2 milhões de carros de luxo.
"Somos claramente a favor do ajuste da estratégia e de sua adaptação às novas condições de mercado e à nova concorrência da China", disse o gerente de portfólio Moritz Kronenberger.