Indicado nesta quinta-feira (27) para o Conselho Fiscal da Eletrobras, o nome de Guido Mantega era defendido por Luiz Inácio Lula da Silva desde o início de terceiro mandato do presidente. Lula tinha tentado outras duas vezes acomodar o ex-ministro em uma posição administrativa.
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Mantega chegou a ser cotado para uma secretaria na equipe econômica, mas desistiu diante de pressões. Lula também tentou emplacar o aliado na Vale, mas enfrentou resistência de acionistas. Até agora, sem cargo, o ex-ministro vinha atuando como um conselheiro informal do presidente Lula.
A indicação de Mantega para o conselho da Eletrobras é a terceira tentativa de Lula e ainda vai ter que passar pelo crivo dos acionistas. O Planalto indicou outros três nomes para o Conselho de Administração: Silas Rondeau, Maurício Tomalsquim e Nelson Hubner.
As indicações só foram possíveis após Lula assinar um acordo que amplia a influência do governo na Eletrobrás. Todas as indicações precisam ser aprovadas na assembleia de acionistas prevista para o dia 29 de abril.
No Conselho Fiscal, Mantega ganhará um salário de R$ 12.600 por mês. A indicação para a Eletrobrás é vista como uma recompensa para Mantega, que foi ministro da Fazenda e do Orçamento nos governos petistas.
Lava Jato e TCU
Guido Mantega foi preso temporariamente em 2016 pela operação Lava Jato. A prisão foi alvo de críticas por ter sido realizada enquanto Mantega acompanhava a esposa numa cirurgia de câncer em um hospital em São Paulo e acabou sendo revogada pelo então juiz Sergio Moro. Posteriormente, ele foi absolvido das acusações.
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Mantega também chegou a ser inabilitado para ocupar cargos públicos pelo Tribunal de Contas da União (TCU), devido ao seu envolvimento nas “pedaladas fiscais”, que levaram ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. No entanto, o impedimento foi anulado em 2023.