Maioria das brasileiras de 25 a 45 anos desconhece opções de fertilização, aponta pesquisa

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Uma pesquisa encomendada pela farmcêutica Merck e realizada pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) revela que a maioria das mulheres brasileiras entre 25 e 45 anos desconhece as opções de preservação da fertilidade.

De acordo com o estudo, apenas 10% das entrevistadas afirmaram ter muito conhecimento sobre os três conjuntos de procedimentos: fertilização in vitro (FIV) e inseminação artificial, congelamento de óvulos, embrião e sêmen e a oncopreservação.

A pesquisa, que entrevistou 550 mulheres das classes A, B e C, abordou o conhecimento sobre infertilidade e preservação da fertilidade. Embora 88% das mulheres conheçam métodos contraceptivos, somente 58% possuem alguma noção sobre infertilidade, e 55% desconhecem procedimentos como o congelamento de óvulos e embriões. A margem de erro é de quatro pontos percentuais.

Além disso, 52% afirmam que não costumam buscar informações sobre esses tratamentos, e há uma diferença de comportamento entre as faixas etárias. Mulheres de 25 a 35 anos preferem buscar informações em fontes digitais e redes sociais, enquanto as de 36 a 45 anos ainda optam por meios tradicionais, como rádio, TV e jornais.

Os números mostram uma maior familiaridade sobre três tratamentos: 72% das entrevistadas conhecem a fertilização in vitro (FIV), 74% têm conhecimento sobre o congelamento de óvulos e 71% sabem o que é a inseminação artificial.

O estudo mostrou que muitas mulheres associam a infertilidade a fatores como endometriose, síndrome dos ovários policísticos, problemas hormonais, menopausa e idade.

Apesar da relevância dos tratamentos de fertilidade em casos de câncer, a falta de conscientização é um obstáculo, aponta o levantamento —86% das mulheres afirmam ter pouco ou nenhum conhecimento sobre essas alternativas, que são essenciais para pacientes oncológicas que desejam preservar sua fertilidade.

Isso sugere que muitas mulheres diagnosticadas com câncer não têm informações suficientes para tomar decisões informadas sobre preservação da fertilidade antes de iniciar os tratamentos.

O Hospital da Mulher em São Paulo, por exemplo, oferece, gratuitamente, o congelamento de óvulos para mulheres que farão tratamento de câncer ou têm condições que comprometem a reserva ovariana.

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Reportagem da Folha mostrou este ano que muitas mulheres não são orientadas pelos médicos sobre a possibilidade de congelamento de óvulos, e algumas só descobrem a opção ao buscar informações por conta própria ou após contato com clínicas particulares.

Além disso, obstáculos como o alto custo financeiro e a falta de orientação adequada por parte dos médicos também dificultam o acesso aos tratamentos de fertilização e preservação da fertilidade, deixando muitas mulheres sem opções viáveis para preservar suas chances de maternidade no futuro.

O custo médio do procedimento de congelamento de óvulos em clínicas particulares no Brasil é de aproximadamente R$ 24 mil, incluindo as medicações e a primeira anuidade do congelamento, conforme pesquisa da IVF Brazil, uma consultoria especializada em reprodução humana, divulgada em abril deste ano.

Embora existam centros de reprodução humana em várias cidades brasileiras, a maioria não oferece esses serviços pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Os centros de reprodução humana no Brasil estão localizados em sete cidades: São Paulo, Ribeirão Preto, Porto Alegre, Brasília, Natal, Goiânia e Belo Horizonte.

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