Lula diz que Petrobras não tem direito de queimar gás, e precisa ‘colocar à disposição do povo’

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Presidente também afirmou que a petroléra precisa ajudar empresas brasileiras a crescerem por meio de conteúdo nacional em suas operações

WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Lula e Haddad

Lula fala na sede do Ministério de Minas e Energia

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta segunda-feira (26), que a Petrobras não deve queimar gás, mas deixar o produto disponível para a população. A estatal injeta a maior parte do gás natural dos poços do pré-sal para aumentar a pressão interna e extrair mais petróleo. Lula falou na sede do Ministério de Minas e Energia, depois de reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Na solenidade, ele anunciou medidas para aumentar a oferta de gás. “O gás é barato. A Petrobras não tem o direito de queimar gás. Ela tem o direito de trazer o gás e colocar o gás à disposição desse povo. Para que o povo pobre possa fazer comida, se não vai fazer a volta à lenha.”

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O presidente disse que o gás tem que ser “instrumento da cesta básica”. Também afirmou que a população não consegue pagar botijão de gás a R$ 140 em alguns Estados, enquanto o produto sairia da Petrobras por R$ 36. Lula também disse que a Petrobras precisa ajudar empresas brasileiras a crescerem por meio de conteúdo nacional em suas operações – ou seja, comprar equipamentos e serviços de companhias locais. A prática é criticada pelo mercado. Ele repetiu que a Petrobras não é uma empresa só de petróleo e gás.

“É uma empresa de investimento em pesquisa, em inovação, e para ajudar as empresas brasileiras a crescerem. Daí, porque a necessidade do conteúdo nacional”, disse o presidente da República. Lula também chamou de “vira-latas” as pessoas que defendiam que o acordo entre Mercosul e União Europeia, ainda em negociação, abrisse as compras governamentais para empresas estrangeiras.

“Os vira-latas desse país queriam abolir compras governamentais e colocar compras governamentais no acordo com a União Europeia. Nós falamos não. Compras governamentais são um instrumento de desenvolvimento de política industrial de um país que quer ser grande, que quer ser soberano. Se o Estado não tiver possibilidade de comprar da pequena e média empresa brasileira, de investir em inovação, nós vamos fazer o quê? Ficar comprando tudo do exterior?”, disse o presidente da República.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Fernando Keller

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