Lula defende reforma de conselho da ONU e cobra esforço contra mudança climática

há 3 meses 13

Em um momento no qual o Brasil enfrenta os efeitos de uma uma forte onda de calor, com seca prolongada e queimadas em diversas regiões do país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgou uma mensagem, nesta quinta-feira (12), convocando as nações mais ricas a cooperarem com os países em desenvolvimento no combate às mudanças climáticas.

Em vídeo divulgado pela Presidência da República, Lula faz um “chamado global” para a Cúpula do Futuro, que acontece nos dias 22 e 23 de setembro, em Nova York.

O evento deve contar com a presença de 130 chefes de Estado de todo o mundo, às vésperas da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 24.

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Em sua mensagem, Lula voltou a defender uma ampla reforma no Conselho de Segurança da ONU – uma demanda antiga do governo brasileiro, que pede maior representatividade e diversidade nas instâncias decisórias globais.

“É impossível explicar o que se passou nas últimas oito décadas sem aludir ao papel da ONU e das instituições de Bretton Woods. Ou sem recorrer a conceitos como descolonização, desarmamento, direitos humanos e desenvolvimento sustentável. No entanto, assim como acontece com qualquer criança que cresce e amadurece, as roupas que vestimos em 1945 já não nos cabem mais”, disse Lula.

“Há mais de vinte anos temos falado sobre a reforma da governança global. Estamos correndo em círculos. Chegou a hora de agir”, prossegue o presidente.

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Segundo Lula, “o Brasil está dando novo impulso à reforma da governança global na sua presidência do G20 [grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana]”. “Mas esse debate também precisa ser travado na ONU, o fórum mais inclusivo de todos”, afirmou.

Ainda de acordo com o presidente brasileiro, “o Conselho de Segurança precisa ampliar sua composição nas duas categorias de membros, permanentes e não permanentes”.

“O cumprimento das metas de desenvolvimento sustentável requer que o Banco Mundial e o FMI [Fundo Monetário Internacional] atendam melhor às necessidades do Sul Global. Isso só ocorrerá se os países em desenvolvimento tiverem maior espaço nesses organismos”, disse Lula.

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Em relação à emergência climática, o presidente afirmou que “o enfrentamento da mudança do clima demanda órgãos com autoridade para promover a implementação dos compromissos assumidos”.

“Precisamos legar para as gerações futuras um sistema multilateral renovado, legítimo e eficaz”, concluiu Lula.

Assista:

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Leia a íntegra do pronunciamento de Lula sobre a Cúpula do Futuro:

“Amigos e amigas,

Dentro de poucos dias, nos encontraremos em Nova York na Cúpula do Futuro.

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Agradeço ao Chanceler Olaf Scholz e ao Presidente Nangolo Mbumba por terem nos conduzido ao longo desse caminho, com Alemanha e Namíbia como facilitadores do Pacto para o Futuro.

Desde a Segunda Guerra Mundial, o multilateralismo rendeu muitos frutos.

É impossível explicar o que se passou nas últimas oito décadas sem aludir ao papel da ONU e das instituições de Bretton Woods.

Ou sem recorrer a conceitos como descolonização, desarmamento, direitos humanos e desenvolvimento sustentável.

No entanto, assim como acontece com qualquer criança que cresce e amadurece, as roupas que vestimos em 1945 já não nos cabem mais.

Há mais de vinte anos temos falado sobre a reforma da governança global.

Estamos correndo em círculos.

Chegou a hora de agir.

O Brasil está dando novo impulso à reforma da governança global na sua presidência do G20.

Mas esse debate também precisa ser travado na ONU, o fórum mais inclusivo de todos.

Gostaríamos que todos fossem à Cúpula do Futuro com a ambição de promover reformas efetivas.

O Conselho de Segurança precisa ampliar sua composição nas duas categorias de membros, permanentes e não permanentes.

O cumprimento das metas de desenvolvimento sustentável requer que o Banco Mundial e o FMI atendam melhor as necessidades do Sul Global.

Isso só ocorrerá se os países em desenvolvimento tiverem maior espaços nesses organismos.

O enfrentamento da mudança do clima demanda órgãos com autoridade para promover a implementação dos compromissos assumidos.

A Aliança Global contra a Fome, que lançaremos no G20, estará aberta a todos os países da ONU.

Ela nasce da vontade política e do espírito de solidariedade de enfrentar essa chaga que ainda assombra a humanidade.

Precisamos legar para as gerações futuras um sistema multilateral renovado, legítimo e eficaz.

Muito obrigado.

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