Petista planeja devolver o item de luxo após deliberação, que pode beneficiar o ex-presidente em investigação sobre joias sauditas
Ricardo Stuckert / PR
Na última quarta-feira (7), o TCU decidiu que o presidente poderia manter o relógio, com o voto do ministro Jorge Oliveira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou sobre a recente decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) a respeito do relógio Cartier que recebeu em 2005. Segundo Lula, essa deliberação favorece o ex-presidente Jair Bolsonaro no contexto do inquérito que investiga as joias sauditas. O presidente atual planeja devolver o relógio, argumentando que a decisão do TCU equiparou sua situação à de Bolsonaro, embora ele acredite que os casos são distintos. O relógio Cartier Santos Dumont, que Lula recebeu como presente durante uma visita a Paris, possui um valor estimado em R$ 60 mil. Na última quarta-feira (7), o TCU decidiu que o presidente poderia manter o relógio, com o voto do ministro Jorge Oliveira, que foi indicado por Bolsonaro. Oliveira sustentou que presentes recebidos durante o exercício da Presidência não devem ser considerados bens da União até que haja uma regulamentação específica.
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Essa decisão do TCU pode ter implicações significativas para Bolsonaro, pois pode isentá-lo da obrigação de devolver as joias recebidas da Arábia Saudita, que estão sob investigação. A Polícia Federal já indiciou Bolsonaro e mais 11 pessoas por supostos crimes relacionados a essas joias, e a conclusão das investigações foi encaminhada ao ministro do STF, Alexandre de Moraes. Em 2023, o TCU havia determinado que Bolsonaro devolvesse as joias, e seu advogado acabou por recomprá-las nos Estados Unidos. O ex-presidente, por sua vez, nega qualquer envolvimento em atividades ilícitas. A situação continua a gerar debates sobre a ética e a legalidade das doações recebidas por presidentes em exercício.
Publicado por Luisa Cardoso
*Reportagem produzida com auxílio de IA