Embora o pacote tenha prometido uma economia de R$ 30,6 bilhões em 2025, o JPMorgan considera os números otimistas, estimando que o impacto real será de apenas R$ 15 bilhões, ou cerca de 0,1% do PIB. Assim, os analistas classificam o cenário fiscal como preocupante.
A falta de um ajuste estrutural mais robusto e a possibilidade de medidas fiscais expansionistas, como o aumento do salário mínimo, tendem a agravar as pressões inflacionárias, diz o relatório.
Além disso, a antecipação de uma reforma tributária, que reduz impostos para a classe média e os eleva para os mais ricos, pode aumentar o risco de desequilíbrio fiscal caso o Congresso aprove mais alívios do que compensações tributárias, na visão da casa.
Assim, diz o relatório, o impacto líquido pode resultar em uma redução de receitas equivalente a 0,3% do PIB, ampliando o déficit fiscal em 2026.
O JP Morgan alerta também que as recentes desvalorizações cambiais adicionaram aproximadamente 0,3 ponto percentual às expectativas de inflação para 2026, gerando um desalinhamento crescente das expectativas de inflação com as metas do BC.
Esse quadro, dizem os analistas, coloca o Banco Central sob pressão para realizar ajustes mais rápidos e intensos na taxa de juros, com projeções de altas adicionais ao longo de 2025.
Adicionalmente, segundo o relatório, as tensões comerciais globais, especialmente com a China, também representam um risco para o cenário econômico doméstico. A elevação de tarifas sobre importações chinesas, caso se concretize, pode depreciar ainda mais a moeda brasileira, diz o JP Morgan, intensificando as pressões inflacionárias e obrigando o BC a adotar medidas ainda mais drásticas.