Cerca de 96.000 meninas e 41.000 meninos entre 15 e 19 anos se infectaram com o vírus da imunodeficiência humana, diz o órgão, às vésperas do Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado no domingo, 1º de dezembro
Rodrigo Nunes/MS
A média de contágios diários subiu para 330 entre crianças de 0 a 14 anos
Sete em cada dez jovens entre 15 e 19 anos infectados pelo vírus da Aids em 2023 eram meninas, uma taxa que sobe para 9 a cada 10 na África Subsaariana, informou, nesta sexta-feira (29), o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef. Cerca de 96.000 meninas e 41.000 meninos entre 15 e 19 anos se infectaram com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) em 2023, segundo a organização das Nações Unidas para a infância, que divulgou os dados às vésperas do Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado neste domingo, 1º de dezembro.
A média de contágios diários subiu para 330 entre crianças de 0 a 14 anos. Embora tenha havido uma “redução notável” de novas infecções na última década, houve 250.000 novos casos entre menores de 19 anos em 2023, elevando o número total de infectados para 2,4 milhões. “As jovens adolescentes continuam a lutar para acessar serviços adequados de prevenção e apoio”, afirmou a organização em um comunicado, alertando que, “se não forem tomadas medidas urgentes para abordar o impacto desproporcional do HIV nas adolescentes e mulheres jovens, especialmente na África Subsaariana, os progressos conquistados com tanto esforço na resposta ao HIV poderão ser perdidos”.
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“É preciso dar prioridade às crianças que vivem com HIV ao investir recursos e esforços para ampliar o tratamento para todos”, disse Anurita Bains, Diretora Associada de HIV/AIDS do Unicef. Ao contrário de 77% dos adultos portadores do vírus com acesso a antirretrovirais, apenas 57% das crianças com menos de 14 anos têm esse tratamento, e 65% dos adolescentes. No ano passado, mais de 90.000 crianças e adolescentes morreram devido a causas relacionadas com a aids – cerca de 250 mortes diárias. Desses, 73% eram menores de 10 anos.
A África Subsaariana continua sendo a região mais afetada, embora a taxa de novas infecções por HIV na África Oriental e Meridional tenha diminuído 72% entre as crianças de 0 a 14 anos e 57% entre os jovens de 15 a 19 anos desde 2010, o que é considerado “um dos maiores avanços mundiais em saúde pública nas últimas décadas”, segundo o Unicef.
No entanto, em 2023, foram registrados 74.000 novos casos entre jovens de 15 a 19 anos na África Oriental e Meridional, 18.000 na África Ocidental e Central, 8.900 na Ásia Meridional, 5.800 na Europa Oriental e Ásia Central, e 16.000 na Ásia Oriental e Pacífico. América Latina e Caribe não registraram redução significativa na taxa de infecção por HIV entre adolescentes em pelo menos uma década, enquanto as novas infecções entre adolescentes aumentaram 70% no Oriente Médio e no Norte da África desde 2010.
*Com informações da AFP
Publicado por Carol Santos