Então, todo mundo sabia que o dólar ia cair e alguns agentes do mercado financeiro atribuíram essa queda à informação divulgada no meio da tarde pela [jornalista] Mônica Bergamo [da Folha de S.Paulo], segundo a qual o presidente seria submetido a um procedimento adicional. Passou-se a especular sobre a hipótese de o Lula não ter mais condições de exercitar a presidência da República, o que é uma tolice, sabemos todos, mas isso é terrorismo eleitoral de quem não gosta do Lula. Josias de Souza, colunista do UOL
Após sentir fortes dores de cabeça na segunda-feira (9), Lula foi submetido a cirurgia de emergência devido à hemorragia cerebral, em São Paulo. Os médicos disseram que o petista evoluía bem, sem sequelas e que permaneceria em observação na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Na tarde desta quarta, no entanto, um boletim médico revelou que Lula faria um novo procedimento para interromper o fluxo de sangue em uma região de seu cérebro e impedir novos sangramentos. A informação —divulgada pouco antes do fechamento da Bolsa de Valores— foi recebida com surpresa.
O dólar terminou o dia em baixa de 1,3%, vendido a R$ 5,968. O turismo teve desvalorização de 0,97%, a R$ 6,23. A Bolsa de Valores de São Paulo avançou 1,1%, para 129.593 pontos. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, está no nível mais alto desde 26 de novembro.
A avaliação é a de que o rebuliço no mercado se deve à expectativa de que a política fiscal pode avançar com o vice-presidente Geraldo Alckmin no comando e, por outro lado, apostam que o presidente Lula não terá condições de disputar a reeleição, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
O que aconteceu com Lula?
O presidente Lula se queixou de dores na cabeça no fim da tarde de segunda-feira (9), após o encontro com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no Palácio do Planalto.
Lula saiu do Planalto às pressas pouco depois das 18h. A bandeira com o brasão da República, que indica onde o presidente está, só foi arriada por volta das 20h20, e a transferência para São Paulo só foi divulgada na madrugada.
Após passar por exames médicos no Sírio-Libanês em Brasília e ser constatado um sangramento, o presidente foi transferido para São Paulo no avião presidencial, acompanhado por médicos, mas sem uma estrutura hospitalar de UTI. A primeira-dama Janja o acompanhou.
Como será o novo procedimento?
O presidente passará por uma embolização das artérias meníngeas, capaz de prevenir sangramentos como o que teve, conforme explicou a reportagem do VivaBem, plataforma de saúde e bem-estar do UOL. O procedimento está previsto para esta quinta-feira (12).
A embolização é considerada é uma alternativa pouco invasiva, que pode ser feita para tratar problemas em diferentes órgãos, como miomas, tumores e aneurismas. No caso de Lula, ela será feita na artéria meníngea média, que fica nas meninges (as camadas que revestem o cérebro e onde foi o sangramento do presidente). A ideia é complementar a cirurgia realizada por Lula na madrugada de terça-feira (10).
O paciente recebe anestesia geral e fica desacordado. Há a entrada de um cateter pela artéria femoral, que sobe pela aorta até chegar ao crânio. Ali, ele identifica a artéria meníngea e entope o vaso. Isso é necessário porque a cápsula da hemorragia não é retirada na cirurgia, pois fica muito aderida ao cérebro. No entanto, ela é muito vascularizada e pode propiciar o risco de novos sangramentos.
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Opinião
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