Itália busca reverter proibição da UE a motores a combustão a partir de 2035

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Autoridades italianas disseram que o plano da UE (União Europeia) de proibir a venda de novos motores a combustão a partir de 2035 deve ser revisto.

"A proibição deve ser alterada", disse o ministro da Energia, Gilberto Pichetto Fratin, durante o Fórum Ambrosetti em Cernobbio, às margens do Lago Como, na Itália, neste sábado (7).

Pichetto Fratin chamou a decisão da UE de "absurda" e ditada por uma "visão ideológica" junto com uma abordagem controlada pelo estado para a formulação de políticas dentro do bloco. O plano precisa mudar para refletir diferentes realidades de mercado em meio à desaceleração da indústria automobilística europeia, ele acrescentou.

O ministro da Indústria, Adolfo Urso, também apoiou uma mudança, instando a Comissão Europeia a antecipar a revisão do plano de 2026 para o início de 2025. "Em um cenário incerto, que está afetando a indústria automotiva alemã, é necessário clareza para não deixar a indústria europeia entrar em colapso", disse Urso.

"A Europa precisa de uma visão pragmática, a visão ideológica falhou. Precisamos reconhecer isso", ele acrescentou.

A posição da Itália está longe de ser nova. O partido da coalizão governamental Liga, liderado pelo vice-primeiro-ministro Matteo Salvini, está pronto para propor uma legislação para comprometer o governo da premiê Giorgia Meloni a revogar a proibição, de acordo com uma declaração na sexta-feira (6).

Autoridades italianas disseram que não são contra o desenvolvimento e a produção de veículos elétricos, mas que eles deveriam fazer parte de um conjunto mais amplo de sistemas de propulsão automotiva.

As vendas da Stellantis na Itália estão diminuindo e a empresa planeja cortar empregos. A Volkswagen está considerando fechar fábricas na Alemanha pela primeira vez em seus 87 anos de história.

Luca de Meo, presidente-executivo da francesa Renault, disse em uma entrevista no domingo (1º) que as montadoras europeias podem incorrer em até € 15 bilhões (R$ 92,6 bilhões) em multas se não conseguirem cumprir as ambiciosas metas climáticas da UE, após uma desaceleração nas vendas de veículos elétricos.

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