A isenção de eletrônicos das tarifas anunciadas pelo presidente americano, Donald Trump, é uma grande vitória para empresas como Apple, Nvidia e Microsoft, além de um primeiro sinal de abrandamento das tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a China.
A exclusão de smartphones e outros eletrônicos de consumo do tarifaço representa um impulso significativo para as grandes empresas de tecnologia americanas, em um momento em que a Casa Branca luta para acalmar os mercados globais após lançar a guerra comercial.
A administração Trump já havia isentado vários setores de suas tarifas recíprocas, incluindo semicondutores e produtos farmacêuticos, mas o presidente dos EUA sinalizou que ainda planeja sobretaxar esses setores.
Neste sábado (11), segundo o jornal Financial Times, um funcionário da Casa Branca disse que os EUA lançariam uma investigação separada que poderia levar a uma tarifa sobre chips "em breve".
A avaliação é a de que a dispensa para smartphones e computadores será especialmente bem-vinda pela Apple, já que a maior parte de sua cadeia de suprimentos está centrada na China. Analistas estimam que cerca de 80% de seus iPhones ainda são fabricados no país, apesar dos esforços para diversificar a produção para a Índia nos últimos anos.
As ações da gigante de tecnologia dos EUA foram uma das maiores vítimas de Wall Street nos dias imediatamente após Trump anunciar suas tarifas recíprocas, com cerca de US$ 700 bilhões eliminados do valor de mercado da Apple em poucos dias.
No início desta semana, Trump disse que consideraria excluir empresas dos EUA de suas tarifas, mas acrescentou que tais decisões seriam tomadas "instintivamente".
Chad Bown, um pesquisador sênior do Instituto Peterson de Economia Internacional, disse que as isenções espelhavam exceções para smartphones e eletrônicos de consumo emitidas por Trump durante suas guerras comerciais em 2018 e 2019.
"Teremos que esperar para ver se as isenções desta vez também se mantêm, ou se o presidente mais uma vez reverte o curso em um futuro não muito distante", disse Bown.
A Casa Branca confirmou que as novas isenções não se aplicariam às tarifas de 20% sobre todas as importações chinesas aplicadas por Trump para responder ao papel da China na fabricação de fentanil.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse neste sábado que empresas como Apple, TSMC e Nvidia estavam "se apressando para trazer sua fabricação para os Estados Unidos o mais rápido possível" sob "direção do presidente".
"O Presidente Trump deixou claro que a América não pode depender da China para fabricar tecnologias críticas, como semicondutores, chips, smartphones e laptops", disse Leavitt.
A Apple não comentou as declarações.
Economistas alertaram que a natureza abrangente das tarifas de Trump –que se aplicam a uma ampla gama de bens de consumo comuns dos EUA– ameaça alimentar a inflação dos EUA e prejudicar o crescimento econômico.