"Assim que descobrimos o momento exato do registro kauri, pudemos ver que coincidia perfeitamente com os registros de mudanças climáticas e biológicas em todo o mundo", disse Alan Cooper, professor emérito do Departamento de Geologia da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, à "Science", na época da publicação do estudo.
Após essa descoberta, os autores usaram modelos de computador para testar o que pode ter causado uma mudança climática generalizada.
A partir disso os pesquisadores descobriram que um campo magnético fraco, operando em cerca de 6% de sua força normal, poderia levar a grandes impactos climáticos "através da radiação ionizante, danificando fortemente a camada de ozônio, permitindo a entrada de UV (raios ultravioletas) e alterando as formas como o sol a energia foi absorvida pela atmosfera", explicou Cooper.
Uma atmosfera fortemente ionizada também poderia ter gerado auroras brilhantes em todo o mundo e produzido tempestades com raios frequentes, fazendo com que o céu parecesse "algo semelhante a um filme de desastre", disse Cooper.
Segundo o estudo, o nível elevado de UV pode ter levado os humanos a buscar abrigo em cavernas e ainda ter forçado as pessoas a protegerem sua pele com "minerais bloqueadores do sol".
Quando vai acontecer novamente?
Os cientistas disseram não poder prever com precisão quando ocorrerá a próxima reversão de nosso campo magnético. Contudo, alguns sinais como a migração do polo Norte através do Mar de Bering, além do próprio campo magnético ter enfraquecido quase 10% nos últimos 170 anos, sugerem que a virada pode estar mais perto do que pensamos.