Principal causa desse recuo foi a piora no cenário do mercado de trabalho, uma situação que deve persistir nos próximos meses; este foi o primeiro resultado negativo desde abril
Valter Campanato/Agência Brasil
Queda na confiança reflete preocupações com emprego, renda, acesso ao crédito e perspectivas de consumo, especialmente entre as mulheres
O índice Intenção de Consumo das Famílias (ICF) apresentou uma queda de 0,22% em julho. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), responsável pelo levantamento, a principal causa desse recuo foi a piora no cenário do mercado de trabalho, uma situação que deve persistir nos próximos meses. Questões sazonais, como o período de férias em julho, foram desconsideradas na análise, reforçando que a deterioração do mercado de trabalho foi o fator determinante para a queda. Este foi o primeiro resultado negativo desde abril. Em termos anuais, houve um crescimento de 2,6%, o menor desde junho de 2021, indicando uma desaceleração do otimismo. A queda na confiança reflete preocupações com emprego, renda, acesso ao crédito e perspectivas de consumo, especialmente entre as mulheres.
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O levantamento destacou que as mulheres, muitas vezes líderes do lar, tiveram sua confiança de consumo mais abalada do que os homens. A pesquisa também apontou que, apesar da lei de igualdade salarial entre homens e mulheres, ainda há uma diferenciação no mercado de trabalho que afeta a confiança das delas. Outro fator que impactou a confiança foi a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul, que resultou em uma queda significativa nos indicadores de confiança, tanto na variação mensal quanto anual. Todos os indicadores de confiança ficaram abaixo de 100, refletindo um pessimismo generalizado. O levantamento concluiu que o consumo depende principalmente da renda e do crédito, sendo que a instabilidade macroeconômica e a dificuldade de acesso ao crédito contribuem para a diminuição da intenção de consumo de bens.
*Com informações da repórter Soraya Lauand