Instituto Capobianco retoma atividades após quatro anos e terá residência artística

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Após quatro anos fechado, o Instituto Capobianco retoma suas atividades em São Paulo, reafirmando sua vocação como espaço de formação, criação e difusão das artes cênicas. A reabertura, marcada para 11 de abril, celebra mais de duas décadas de história com uma programação diversa e acessível, tendo como destaque a residência artística da Mundana Companhia, um dos coletivos teatrais mais relevantes da cena paulistana.

Localizado em um casarão de estilo Floreal, construído na década de 1920 por Remo Capobianco, o Instituto integra o patrimônio histórico da cidade e foi transformado, em 1999, em um centro cultural pluridisciplinar. Com uma sala de teatro equipada, dois camarins e um espaço multiuso no subsolo, o local sempre foi um polo de experimentação e fomento às artes.

"Reabrir o Instituto Capobianco é devolver à sociedade um espaço que faz parte da história da cidade e da arte", afirma Julio Capobianco, fundador do Grupo Construcap e idealizador do projeto.

Antes de fechar suas portas temporariamente há quatro anos, o Instituto Capobianco já se destacava como um importante polo de residências artísticas que transformavam seu espaço histórico em um território de invenção e diálogo entre linguagens. Ao longo dos anos, o casarão da região central de São Paulo acolheu projetos que misturavam teatro, dança, música e artes visuais.

Em 2017, a residência "Corpo e Cidade" levou a dança contemporânea para as ruas do centro de São Paulo, com intervenções urbanas e performances no casarão que reinventaram a relação entre corpo e cidade.

Dois anos antes, o projeto "Dramaturgias do Real", com curadoria de Newton Moreno, transformou documentos históricos em peças teatrais, culminando no aclamado espetáculo "Arquivo Morto". Já em 2018, a residência "Teatro de Grupo" reuniu companhias consagradas e novos talentos em um rico intercâmbio artístico, com oficinas e apresentações.

O instituto reabre com a ambiciosa Residência Mundana, coordenada pelos atores Aury Porto e Mariano Mattos Martins. A companhia, um coletivo com 17 anos de trajetória e 13 espetáculos no repertório, ocupará o espaço por dez meses com uma programação que inclui mostras de repertório, duas novas montagens, cursos, debates e o podcast "Perdigoto", com 25 episódios sobre processos criativos.

Nascida em 2007 do movimento "Arte Contra a Barbárie", a companhia sempre trabalhou com a ideia de continuidade na transitoriedade, reunindo mais de 90 profissionais entre artistas, técnicos e pesquisadores para esta temporada. "Este projeto é raro na história do teatro brasileiro", destaca Aury Porto, que vê na iniciativa uma oportunidade de revisitar o passado enquanto se projeta para o futuro.

A abertura oficial acontece nesta sexta-feira (11) às 20 horas, com o espetáculo "Meu Nome: Mamãe", seguido de um coquetel para convidados. A temporada segue até novembro, com apresentações às sextas, sábados e domingos, sempre às 20h.

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