A Índia nomeou o cientista de foguetes V. Narayanan como o novo chefe da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO), anunciou o governo na terça-feira (7), um papel crucial enquanto a Índia trabalha visando se tornar uma superpotência espacial.
Narayanan assume o cargo de S. Somanath, que se tornou chefe da ISRO em 2022 e foi creditado por tornar a agência espacial de 54 anos mais acessível e aberta para se envolver com a próxima geração.
Ex-colegas descrevem Narayanan, que ingressou na ISRO em 1984, como um cientista de temperamento calmo, mas "rigoroso", com um histórico de realizar tarefas.
Um ex-cientista e colega da ISRO, que não quis ser identificado porque não está autorizado a falar com a imprensa, afirmou que a nomeação foi uma surpresa porque era esperado uma extensão para Somanath. Apesar disso, disse que a escolha faz sentido, dado o histórico de Narayanan.
Narayanan, que possui doutorado em engenharia aeroespacial, assumirá o cargo enquanto a ISRO mira construir sua própria estação espacial até 2035 e colocar um indiano na Lua até 2040.
O primeiro-ministro Narendra Modi pediu à ISRO que faça da Índia uma superpotência espacial lucrativa. A resposta da agência foi buscar trabalhar com o setor privado.
O governo indiano estima que sua participação no mercado atualmente seja de apenas US$ 8 bilhões, mas tem como meta chegar US$ 44 bilhões na próxima década.
Espera-se que o mercado espacial comercial global de US$ 400 bilhões chegue a US$ 1 trilhão até 2030.
Somanath e Narayanan não responderam imediatamente aos pedidos de comentário.
Narayanan, que trabalhou em lançamentos de foguetes importantes, como o Veículo Lançador de Satélites Polar da ISRO, e liderou o centro que projeta e desenvolve sistemas de propulsão líquida para a agência, assumirá em 14 de janeiro para um mandato de dois anos.
Ele também foi o chefe do comitê de análise encarregado de investigar a falha do Chandrayaan-2, onde a ISRO perdeu contato com uma espaçonave que tentava pousar na Lua.
A agência eventualmente lançou a missão Chandrayaan-3 em 2023, tornando-se o primeiro país a pousar no inexplorado e acidentado polo sul da Lua.