Queda expressiva pode ser entendida como resultado de uma série de fatores, incluindo altas taxas de juros, inflação elevada e endividamento das famílias
ADRIANA TOFFETTI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Este foi o pior resultado desde dezembro de 2022 e superou negativamente as expectativas dos analistas do mercado financeiro
As vendas do comércio varejista brasileiro registraram uma queda de 1% em junho deste ano, conforme o último relatório do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este foi o pior resultado desde dezembro de 2022 e superou negativamente as expectativas dos analistas do mercado financeiro, que previam uma retração de 0,2%. A queda foi mais acentuada do que o esperado, interrompendo uma sequência de cinco meses consecutivos de alta. O setor de supermercados, que é o mais relevante na pesquisa mensal de comércio, apresentou uma queda de 2,1% em junho, puxando para baixo o desempenho geral do varejo. Enrico Cozzolino, sócio da Levante Investimentos, comentou à Jovem Pan que essa queda expressiva pode ser entendida como resultado de uma série de fatores, incluindo altas taxas de juros, inflação elevada e endividamento das famílias. Cozolino comparou a situação do varejo brasileiro a um “filme de terror”, destacando a alta competição e as margens baixas do setor.
Em comparação com junho do ano passado, o setor varejista sofreu uma retração ainda maior, de 4%, segundo o IBGE. No entanto, o segmento de super e hipermercados teve um crescimento de 3,5% nesse mesmo período. Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, também analisou o resultado, sugerindo que o setor ainda enfrenta desafios como a pressão inflacionária sobre os alimentos, que afeta diretamente o poder de compra das famílias. Apesar disso, segmentos como combustíveis e equipamentos de escritório mostraram crescimento de 2,6% em junho, indicando resiliência em áreas específicas da economia.
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Analistas do IBGE acreditam que o resultado negativo de junho foi pontual e não representa uma reversão de tendência, já que o setor acumula alta de 8,3% no ano e crescimento de 5,9% nos últimos 12 meses. A expectativa é que, com a estabilização dos fatores macroeconômicos, o varejo possa retomar seu ritmo de crescimento nos próximos meses. A análise detalhada dos dados sugere que, embora o cenário atual seja desafiador, há sinais de resiliência e potencial de recuperação em segmentos específicos do mercado.
*Com informações de Rodrigo Viga