O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), indicador que é considerado como uma espécie de prévia do produto interno bruto nacional, voltou a surpreender em outubro, mostrando aquecimento, o que reforçou as estimativas dos economistas de que o PIB vai fechar o ano em alta de, no mínimo, 3,5%.
Casas de investimentos que ainda estavam com projeção inferior, já fizeram a revisão para cima, mesmo quem estava na ponta mais otimista, colocou um viés de alta na projeção. Esse é o caso da XP. O economista Rodolfo Margato comenta que já havia sido observado na semana um aumento expressivo nas vendas varejistas e nas receitas de serviços (dados do IBGE), surpreendendo para cima o previsto por analistas.
“Esse conjunto de dados de atividade econômica, incluindo o IBC-Br, aponta para firme crescimento do PIB no final de 2024. Nossa estimativa para o PIB do quarto trimestre indica expansão de 0,7% na comparação com o terceiro trimestre de 2024 e aumento de 4,4% quando comparado ao último trimestre do ano passado”, revela.
Para o PIB fechado do ano, a XP mantém a projeção de alta de 3,5%, mas com viés altista, devido aos dados fortes da atividade econômica em outubro.
Margato destaca que, ao menos por ora, não há sinais de desaceleração ou esfriamento da atividade doméstica. “Os últimos dados mostraram o mercado de trabalho aquecido, com a taxa de desemprego nos menores níveis desde 2012 e aumento real dos salários”, comenta.
Na visão do Goldman Sachs, com os dados de hoje, o carregamento (“carry-over”) para o crescimento do 4º trimestre de 2024 é de 0,8% em relação ao trimestre anterior, ajustado sazonalmente.
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O banco de investimentos afirma que, dada a contínua resiliência da atividade real, o forte mercado de trabalho e o robusto crescimento da renda real disponível das famílias, está elevando a previsão de crescimento do PIB real para 2024 em 0,1 ponto percentual, para 3,5%.
O banco também diz esperar que o ritmo da atividade continue a se beneficiar do estímulo fiscal, dos aumentos generosos no salário-mínimo e do sólido crescimento da renda real disponível das famílias.
Esse quadro tem sido mitigado por condições monetárias internas mais restritivas, altos níveis de endividamento das famílias, baixos níveis de ociosidade econômica e elevada incerteza política e tributária.
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Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, o dado de outubro consolida a visão de início forte do 4º trimestre, principalmente pelo consumo das famílias, que segue aquecido pela elevação de renda do trabalho e um crédito ainda robusto, mesmo diante da elevação das taxas de juros. “Os PMIs [índice de gerentes de compras] de novembro sugerem continuidade do momentum positivo, mas em menor intensidade”, lembra.
Borsoi também está revisando sua estimativa de crescimento do PIB de 2024, de 3,2% para 3,5%. “O começo de 2025 deve ser bom também. A projeção de safra do IBGE está forte e vamos ter reajustes de salário-mínimo, o que deve manter o consumo forte. O Copom vai ter um trabalhão para segurar as expectativas.”