Hyundai investirá mais de R$ 100 bilhões na Coreia do Sul para acelerar produção de carros elétricos

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A Hyundai planeja fazer um investimento recorde de 24,3 trilhões de won (US$ 16,7 bilhões ou R$ 102,05 bilhões) na Coreia do Sul neste ano, enquanto acelera sua transição para veículos elétricos em meio a crescentes desafios domésticos e geopolíticos.

O grupo, que inclui também a Kia, está enfrentando uma concorrência mais acirrada no exterior, já que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, promete aumentar as tarifas de produtos importados, enquanto a demanda doméstica fraca foi agravada por uma crise política em escalada.

A terceira maior montadora do mundo, atrás da Toyota e da Volkswagen, disse na quinta-feira (9) que o investimento planejado inclui 11,5 trilhões de won (R$ 47,74 bilhões) em pesquisa e desenvolvimento, à medida que a empresa aposta na eletrificação e em carros conectados.

Já uma verba de 12 trilhões de won (R$ 49,82 bilhões) serão destinados à modernização de suas instalações para a produção de veículos elétricos, enquanto o restante será usado para acelerar o desenvolvimento tecnológico de direção autônoma.

"O Grupo Hyundai Motor está fazendo o maior investimento de todos os tempos na Coreia do Sul este ano porque acredita que investimentos contínuos e estáveis são essenciais para superar a crise e garantir motores de crescimento futuro diante de crescentes incertezas", disse a empresa.

A notícia inicialmente elevou as ações da Hyundai e da Kia em 1% e 3,7%, respectivamente, enquanto o índice de referência Kospi, da Bolsa de Seul, pouco mudou. As ações da Hyundai fecharam em queda de 0,2%, enquanto as da Kia subiram 2,3%.

O anúncio foi feito uma semana após o presidente da Hyundai, Euisun Chung, ter alertado sobre os crescentes riscos externos para a empresa, com Trump ameaçando impor tarifas universais de 10% sobre produtos importados já neste mês.

O grupo pretende aumentar as vendas globais em 2% para 7,4 milhões de veículos em 2025, após não ter atingido suas metas no ano passado em meio à concorrência mais acirrada nos EUA e na Europa.

"Eles terão dificuldades este ano para competir com rivais chineses de menor custo na Europa e em países em desenvolvimento", disse Lee Hang-koo, chefe do Instituto de Tecnologia de Convergência Automotiva de Jeonbuk. "Suas margens provavelmente serão ainda mais apertadas, pois não conseguirão compensar a queda na demanda externa com vendas domésticas."

No cenário doméstico, os consumidores estão evitando comprar itens de alto valor em meio ao crescente caos político após o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol pelo Parlamento no mês passado.

Os veículos elétricos da Hyundai agora estão entre os veículos estrangeiros elegíveis para créditos fiscais nos EUA sob a Lei de Redução da Inflação. Sua fábrica de US$ 7,6 bilhões na Geórgia (EUA) começou a operar no ano passado, produzindo seu veículo utilitário esportivo elétrico Ioniq.

Apesar das crescentes incertezas, a Hyundai planeja investir US$ 90 bilhões (R$ 549,95 bilhões) globalmente até o final da década para expandir seus modelos elétricos e híbridos. A montadora nomeou José Muñoz como seu primeiro executivo-chefe estrangeiro no ano passado para enfrentar as novas políticas comerciais de Trump.

Na quinta-feira, a Hyundai também se tornou a primeira montadora a vender seus carros na Amazon em um esforço para atrair motoristas mais jovens. A empresa espera que a receita de plataformas online represente até 30% de suas vendas totais nos EUA até 2030, descrevendo o canal como "o futuro do varejo automotivo", ajudando a reduzir o tempo de compra de um carro para apenas 15 minutos.

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